SJ condena pressões políticas que levaram ao fecho do Jornal de Barcelos

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) tomou conhecimento do fecho do Jornal de Barcelos, uma instituição com 72 anos, que sucumbe a alegadas pressões políticas que o SJ considera inadmissíveis numa sociedade democrática e desejavelmente plural. É um desrespeito pela Liberdade de Imprensa e de expressão que merece ser denunciado e investigado.

O SJ exorta os membros da cooperativa proprietária do Jornal de Barcelos (JB) a fazerem um esforço de entendimento e a tudo tentar para manter de pé um projeto que muito contribuiu para a denúncia de ilegalidades e para o apuramento a defesa da verdade e, por consequência, dos cidadãos e da Democracia. Apoiar a continuidade do JB mostra, também, que a Imprensa livre e independente não pode sucumbir a caprichos ou intentonas políticas.

A redação do Jornal de Barcelos, incluindo o diretor, demitiu-se em bloco na quinta-feira, depois de na quarta-feira a publicação não ter saído para as bancas, com os jornalistas a alegarem “pressões políticas” para o fim do semanário barcelense.

O SJ entende a delicadeza da situação do Jornal de Barcelos, e enquanto órgão de defesa dos jornalistas, lamenta as dívidas daquela empresa aos trabalhadores, incluindo ao diretor e demais jornalistas, e insta a cooperativa a dar prioridade à regularização os salários de quem trabalha.

Apesar de ter passado por momentos financeiros difíceis, o diretor do JB, Paulo Vila, alega que foram as pressões políticas que levaram ao fecho do jornal.

No entanto, as dívidas a credores e a trabalhadores sublinham o problema crescente do subfinanciamento da comunicação social em Portugal, numa fase, que já vai longa, de transição do negócio assente na publicidade em papel para o negócio assente no online.

O SJ lamenta, uma vez mais, que a Comunicação Social tenha sido o único setor de atividade sem qualquer apoio ou ajuda direta do Estado durante a pandemia, uma crise sanitária que agudizou as dificuldades que os media vinham a experienciar, tanto em Portugal como no mundo.

Em devido tempo, por mais do que uma vez, na anterior legislatura e na atual, o SJ fez chegar aos partidos e ao Governo uma série de propostas que considera fundamentais para a salvaguarda do Jornalismo e dos jornalistas em Portugal. Continuamos disponíveis para as discutir e explicar, entendendo que é urgente que se tomem medidas para o fortalecimento do Jornalismo e das condições de vida dos jornalistas.


 

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