Mulheres jornalistas trabalham mais horas, mas ganham e chefiam menos

As mulheres que exercem jornalismo em Portugal trabalham mais horas do que os homens, mas ganham aproximadamente menos 80 euros líquidos por mês e ocupam apenas 37% dos cargos de chefia e liderança, segundo dados de um inquérito realizado por uma equipa do ISCTE-IUL.

 

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Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, o Sindicato dos Jornalistas (SJ) decidiu recuperar os dados do inquérito realizado por uma equipa do ISCTE para o 4.º Congresso dos Jornalistas, numa perspetiva de género. Recorde-se que, de acordo com o último grande inquérito aos jornalistas, realizado pelo ISCTE para o Congresso de 2017, 48,2% dos jornalistas são mulheres (alguns inquéritos até já lhes atribuem percentagem superior).

O inquérito revela que as jornalistas têm níveis de educação superiores (54% têm licenciatura, enquanto os homens se ficam pelos 34%) e trabalham mais horas (43% trabalham entre 41 e 50 horas semanais, enquanto os homens na mesma situação são 33% – percentagem que não deixa de ser elevada).

Porém, elas ganham aproximadamente menos 80 euros líquidos por mês e auferem menos de metade dos salários acima dos 2.000 euros.

Ao mesmo tempo, elas ocupam apenas 37% dos cargos de chefia e liderança.

Por tudo nisto, não surpreende que as mulheres que exercem jornalismo estejam menos satisfeitas com a profissão, nomeadamente com o salário que têm, e que admitam em maior percentagem que, se pudessem, escolheriam outra profissão.

Ainda a propósito do 8 de Março, o Sindicato dos Jornalistas junta-se à campanha da Federação Internacional de Jornalistas, este ano dedicada ao combate à violência e ao assédio no trabalho.

Em Portugal, o SJ volta a estar solidário com a Greve Internacional Feminista, que será assinalada em 11 cidades portuguesas.

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