SJ apela à ação contra utilização de conteúdos não jornalísticos

O Sindicato dos Jornalistas vê com elevada preocupação o aumento de situações em que as imagens (vídeo ou fotografias) e os sons usados pelos órgãos de comunicação social são cada vez mais cedidos por agências de comunicação e/ou instituições públicas e privadas, ao invés de serem recolhidos pelos próprios órgãos de comunicação social e seus jornalistas.

Nos dias de hoje, em que os recursos são escassos e as redações estão depauperadas, os órgãos de comunicação social optam, na maior parte das vezes, pelo caminho mais fácil, utilizando estes conteúdos cedidos, que estão longe de ser jornalísticos.

Este cenário ganha ainda mais gravidade pelo facto de existirem cada vez mais órgãos de comunicação social a recorrerem a despedimentos e/ou layoff dos seus jornalistas, repórteres fotográficos e repórteres de imagem.

Julgamos que não é necessário evidenciar que a utilização recorrente de imagens cedidas pelas agências de comunicação, clubes desportivos, instituições públicas ou privadas é uma violação da lei, mas, principalmente, coloca em risco os postos de trabalho de inúmeros profissionais.

Os exemplos são cada vez mais frequentes, há conferências de imprensa sem a presença de qualquer jornalista, apenas promovidas pelos órgãos internos da empresa em causa, que surgem, depois, plasmadas nas páginas, ecrãs e rádios, como se de um conteúdo jornalístico se tratasse.

É importante que os diretores dos órgãos de informação e os seus jornalistas tenham responsabilidade e saibam que estão a prejudicar o seu próprio posto de trabalho ao optar pelo uso destes conteúdos. Apelamos também a que a Comissão da Carteira Profissional de Jornalista ajude a promover essa consciência de classe, na defesa da nossa profissão e dos nossos jornalistas.

 

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