Comissão Europeia reconhece que pandemia “evidenciou riscos” para jornalistas 

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia para os Valores e Transparência, Věra Jourová, reconheceu que a pandemia de covid-19 “evidenciou os riscos” para os jornalistas, sendo preciso “melhorar a segurança” destes profissionais nos 27 Estados-membros da União Europeia.

Numa intervenção no debate “Rumo a um setor de comunicação social saudável”, no âmbito da conferência ‘Media4Europe’, organizada pelo Europe’s MediaLab, a responsável considerou que a covid-19 “demonstrou, mais do que nunca, o papel fundamental dos jornalistas na informação e no desempenho da democracia”.

Apesar disso, a insegurança a que estes profissionais estão sujeitos é crescente, alertou, apresentando um relatório europeu que revela que “873 jornalistas ou profissionais do setor dos ‘media’ foram atacados em 22 Estados-membros em 2020” e que “73% das mulheres jornalistas em todo o mundo sofreram violência ‘online’ durante o seu trabalho”.

Věra Jourová adiantou que a principal prioridade de Bruxelas é, por isso, garantir a segurança dos jornalistas.

Ao mesmo tempo, exortou os Estados-membros a investirem no setor da comunicação social através dos Planos de Recuperação e Resiliência (PRR), apontando que “cada plano nacional deve ter um mínimo de 20% de investimento no digital” e “medidas para aumentar a produção e distribuição do conteúdo digital, como os ‘media’ digitais”.

A comissária europeia advertiu ainda para “o papel demasiado poderoso das plataformas onlin’ que, em muitos casos, colocam os media independentes em desvantagem”.

As propostas de Lei dos Serviços Digitais e dos Mercados Digitais destinam-se a dar resposta a esses casos, frisou.

Estes dois pacotes legislativos foram propostos pela Comissão Europeia em dezembro e visam regular o mercado digital na UE, tendo como principal objetivo proteger os consumidores e respetivos direitos através de um maior controlo das grandes plataformas tecnológicas, como a Google, o Facebook e o Twitter.

A vice-presidente executiva da Comissão Europeia sublinhou que a pandemia “fez diminuir ainda mais a saúde financeira dos meios de comunicação social” e que esta está “diretamente relacionada com a saúde das democracias”.

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