A cobertura de situações de catástrofe e emergência acarreta riscos para os jornalistas que o Sindicato dos Jornalistas espera estejam devidamente acautelados nas condições de trabalho que lhes são propostas quando são destacados para este tipo de funções, naturalmente, com o pagamento de custas com alojamento e refeições, além dos subsídios devidos, como as pernoitas ou outros, de acordo com a lei ou as convenções coletivas. É ainda fundamental que as empresas tenham planos de seguros que cubram os riscos e eventuais acidentes durante as deslocações para este tipo de situações, como cenários de guerra e agora os incêndios.
Por todo o país, dezenas de jornalistas dão corpo ao dever de informar, muitas vezes em condições de trabalho e de segurança que suscitam dúvidas ao Sindicato dos Jornalistas (SJ). Sendo inquestionável que deve ser sempre privilegiada a liberdade de movimentos e o exercício livre do jornalismo, o SJ encara como positivo, do que tem visto na cobertura dos incêndios, a liberdade que os jornalistas aparentam ter para estar perto do acontecimento, junto da base da notícia, no acesso às fontes de informação, como estipula a Lei de Imprensa. Ainda que em alguns casos com algum risco, que merece cuidados, parece-nos preferível ter os jornalistas no terreno, em vez de os ter isolados a quilómetros da fonte da notícia, confinados a comunicados e comunicações oficiais.
A liberdade, que ressalta do acompanhamento que estamos a fazer do trabalho dos nossos camaradas no terreno, implica mais cuidado e maior responsabilização de todos os intervenientes: seja dos jornalistas, em cujo bom-senso depositamos a nossa confiança; seja das autoridades, a quem apelamos que mantenham a confiança no discernimento e na responsabilidade dos jornalistas no terreno, permitindo-lhes trabalhar com o máximo de liberdade possível; seja das empresas de media, a quem lembramos que mesmo deslocados para fora da redação os jornalistas mantém todos os direitos laborais intactos.