SJ disponível para colaborar com Ministério Público na investigação à apropriação de páginas noticiosas

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) acompanha com preocupação as notícias que revelam que “redes sociais ligadas ao Chega” estão a manipular páginas online legítimas de órgãos de comunicação social como “Público” e “Rádio Renascença”, aproveitando o cabeçalho e copiando o tipo de letra, para disseminar notícias falsas dissimuladas de verdadeiras.

O Sindicato dos Jornalistas encara como muito positivo o anúncio de uma investigação do Ministério Público a estas práticas, denunciadas pelo jornal “Público” e pela “Rádio Renascença”, e que foram inclusive partilhadas pelo líder daquele partido, André Ventura.

Em face do exposto, o SJ coloca-se à disposição do Ministério Público para colaborar com a investigação de todas as formas que puder, contribuindo para que seja averiguada toda a verdade sobre este caso, que se afigura como um deliberado uso abusivo da imagem e da reputação de órgãos de comunicação sérios e respeitados, no que aparenta ser uma tentativa de enganar os portugueses, conduzida por “redes sociais afetas” ao Chega.

O SJ não pode deixar de criticar contundentemente este aproveitamento do trabalho dos jornalistas e esta forma grotesca de tentar enganar as pessoas, difundindo notícias falsas sob um chapéu aparentemente legal, com a agravante de colocar em causa o bom nome de sites de órgãos de comunicação legítimos e que se regem por critérios bem definidos de ética e deontologia. Aparentemente, numa fraca tentativa de credibilizar informações ou práticas desprovidas de valor notícia para o jornalismo sério e isento, tentam vender determinadas ideias como se fossem notícias validadas por jornalistas.

O SJ condena veementemente estas práticas, absolutamente intoleráveis, e reforça a necessidade de se proporcionar formação em literacia mediática a todos os portugueses, ajudando a desenvolver técnicas e mecanismos que permitam identificar facilmente páginas fraudulentas e a evitar sites de propagação de notícias falsas, seja sob pretexto político ou criminal. Instamos o Governo, através do Ministério da Cultura, que tutela o setor da comunicação, a reforçar os alertas, a conduzir regularmente campanhas de sensibilização para a importância do jornalismo sério e verificado, e a prosseguir a aposta com mais contundência, nas formações em literacia mediática, às quais se tem associado o SJ há vários anos.

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