Com o pretexto da invasão da Ucrânia, o parlamento russo aprovou, por unanimidade, a lei que pune com pena de prisão a divulgação do que for classificado como “informação falsa” sobre as ações das forças armadas russas.
Esta lei serve para impor à população e órgãos de comunicação social (OCS) russos o que se pode ou não dizer sobre a invasão em curso, sendo vista como um espartilho às liberdades de imprensa e de expressão e que conduziu já ao fecho de vários OCS russos, como a independente Rádio Eco de Moscovo, enquanto o canal independente Dozhd (TV Rain) anunciou a suspensão das emissões devido às ameaças de encerramento feitas pelas autoridades russas.
Também a comunicação social internacional em Moscovo foi atingida por esta política de censura e vários canais internacionais, incluindo a BBC (Reino Unido), CNN (Estados Unidos), a ARD e ZDF (Alemanha), a agência EFE e RTVE (Espanha) e a RAI (Itália) deixaram de transmitir a partir da Rússia por causa da nova legislação.
A Rússia é regularmente descrita por organizações não governamentais como um dos países mais restritivos do mundo quando se trata de liberdade de imprensa, uma situação que se agravou desde o início da invasão da Ucrânia. Em 2021, a Repórteres Sem Fronteiras colocava a Rússia na posição 150 do ranking mundial, no grupo de países classificados como “difíceis”.
O SJ repudia a lei aprovada pela Duma (parlamento russo) e condena o cerco que o regime russo está a fazer aos OCS nacionais e internacionais, considerando-o um ataque sem precedentes à liberdade de Imprensa.
O SJ lamenta que a população russa seja a principal vítima destas decisões, uma vez que fica sem acesso a uma informação plural.
⇒ SJ partilha da preocupação da FEJ sobre interdição de órgãos de comunicação social