Os jornalistas que vão fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio estão a ser alvo de restrições que põem em causa a liberdade de imprensa. Apesar do aumento do número de casos de Covid-19 na capital japonesa e a necessidade de implementar medidas restritivas para conter o contágio, o Sindicato dos Jornalistas não pode deixar de classificar como excessivo o conjunto de regras e normas previstas no manual de imprensa adotado para o evento.
Este manual, que é constantemente atualizado, impõe aos jornalistas uma quarentena em hotéis específicos, assim como não lhes é permitido utilizar transportes públicos ou frequentar restaurantes, bares e pontos turísticos. Nos hotéis em que estão instalados não são servidas refeições, pelo que os jornalistas podem apenas sair quinze minutos por dia para as comprar, tendo que as ingerir nos seus quartos. Para essa saída do edifício é necessário também informar as autoridades da hora a que saem e a que entram.
A Internacional Press Association apresentou, recentemente, um protesto junto do Comité Olímpico Internacional defendendo que o grau de restrições viola a liberdade de imprensa, direito consagrado para o exercício desta profissão. Também a Associação de Imprensa dos Estados Unidos questionou a legitimidade das regras. Neste sentido, o Sindicato dos Jornalistas exorta as Federações Internacional e Europeia de Jornalistas a apresentarem um protesto junto do Comité Olímpico Internacional quanto à forma excessiva como estão a ser implementadas medidas que acabam por não permitir uma cobertura livre de um dos maiores eventos desportivos do mundo.