Sindicato dos Jornalistas lamenta morte de repórter na Ucrânia

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) lamenta a morte do jornalista Arman Soldin. Repórter de vídeo da Agência France Press (AFP), estava em serviço acompanhado por soldados ucranianos e quatro camaradas daquela agência quando foi vítima de um ataque de rockets nas imediações de Chasiv Yar, uma cidade ucraniana perto de Bakhmut.

Soldin fez parte da equipa da AFP que cobriu os primeiros dias da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Jornalista experiente, apesar dos jovens 32 anos de idade, era coordenador de vídeo da AFP na Ucrânia desde setembro de 2022.

“Arman era entusiasta, enérgico e corajoso. Era um verdadeiro repórter de campo, sempre pronto a trabalhar, mesmo nas zonas mais difíceis”, disse a diretora da AFP para a Europa, Christine Buhagiar, num comunicado daquela agência noticiosa francesa.

“A morte de Arman é um terrível lembrete dos riscos e perigos que os jornalistas enfrentam todos os dias na cobertura do conflito na Ucrânia”, lembrou Fabrice Fries, presidente da AFP. Palavras às quais se associa, com um sublinhado, o SJ, lembrando a todos os jornalistas, particularmente os portugueses, que representamos, os perigos a que estão sujeitos num conflito.

Reconhecendo a importância fulcral da presença dos jornalistas na guerra que está a marcar a Europa há quase ano e meio, consciente da importância do trabalho dos jornalistas para denunciar as atrocidades, como se viu em Bucha, e dar voz a quem mais sofre numa guerra, os inocentes, o SJ não pode deixar de instar os nossos camaradas a pôr a segurança em primeiro lugar e a observarem todos os cuidados possíveis no exercício de tão importante missão.

Segundo o Conselho da Europa, pelo menos 12 jornalistas profissionais da Comunicação Social foram mortos no desempenho de funções na Ucrânia. O relatório, divulgado a 7 de março, sob o título “A guerra na Europa e a luta pelo direito de informar”, nota, ainda, que 21 jornalistas ficaram feridos enquanto trabalhavam na Ucrânia em 2022.

Arman é o 13.º nome a inscrever numa lista negra que não pode ser esquecida ou apagada do tempo. A morte de jornalistas não pode ser em vão. E têm de ser investigadas e os culpados julgados em tribunal. E castigados. Porque um ataque a um jornalista é, também, um golpe fundo na liberdade de informar e ser informado, um ataque à Liberdade de Imprensa e à liberdade de expressão, um ataque a um direito inalienável das sociedades civilizadas.

À família de Arman e aos camaradas da AFP, um abraço de condolências.

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