Por um jornalismo livre e independente. SJ assinala Dia Mundial da Imprensa

A crise pandémica e económica expôs as dificuldades existentes na comunicação social e exacerbou as tendências recentes e preocupantes em matéria de garantias de liberdade de imprensa, segurança dos jornalistas e pluralidade do Jornalismo.

O confinamento impediu muitas vezes o acesso à informação, e às fontes de informação, com o pretexto da proteção sanitária. Práticas que o Sindicato dos Jornalistas (SJ) contestou desde o início e que não podem normalizar-se, sob pena de comprometerem a liberdade de imprensa ainda mais. O cenário só não foi pior porque o SJ conseguiu junto das autoridades sanitárias, como a DGS, garantir o acesso de OCS regionais às conferências daquele órgão público, numa altura em que estas eram fundamentais para os portugueses, e alargar o total de jornalistas permitidos em eventos desportivos, por exemplo.

A pandemia agudizou as dificuldades financeiras dos media portugueses, com o encerramento de vários órgãos de comunicação social, nomeadamente regionais, com as consequências para a coesão territorial que tal representa, e revelou dificuldades graves em alguns grupos portugueses, com atrasos no pagamento de salários e fragilização da já intolerável situação de muitos precários.

Nos últimos anos, a segurança dos jornalistas tem piorado – as ameaças físicas e online e os ataques a jornalistas estão a aumentar, não só em Portugal, como em vários Estados-Membros da União europeia.

O relatório anual da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o índice sobre liberdade de imprensa destacaram tendências divergentes na União Europeia e levaram a apelos, a que o SJ se junta, para garantir que os meios de comunicação e os jornalistas sejam protegidos.

Os ataques físicos a jornalistas no desempenho da profissão ilustram um comportamento que o SJ não aceita e que continuará a denunciar, agindo para que não se repitam.

A “fuga” de políticos para as redes sociais, escolhendo reagir a assuntos da atualidade nacional, ou até divulgado notícias, como é o caso do Governo, através do Twitter ou Facebook, fazendo “bypass” aos jornalistas, é uma tendência que preocupa o SJ. A atual direção teve já a oportunidade de reunir e sensibilizar a classe política para o perigo que tal representa, configurando um desrespeito para com o jornalismo, fragilizando a democracia.

No dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o Sindicato dos Jornalistas reitera o compromisso inalienável na defesa dos jornalistas e do jornalismo, mantém-se firme na defesa dos direitos dos jornalistas e garante que vai continuar a empenhar-se para que as violações aos direitos dos jornalistas sejam punidas pela lei. Pretendemos que seja consagrada na Lei nacional a obrigatoriedade de idoneidade financeira de investidores nos media e que a transparência dos negócios e das contas sejam um imperativo ético, moral e legal. A bem da profissão, na defesa dos jornalistas e de uma democracia saudável e justa, à qual é imprescindível um Jornalismo livre,  independente e plural.

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