Inês Moura Pinto vence o Prémio Centro PINUS de Jornalismo Florestal

Um trabalho sobre o impacto das energias renováveis, que também têm custos sociais e ambientais, e o papel da floresta no combate às alterações climáticas foi distinguido com o primeiro lugar na 6.ª edição do Prémio Centro PINUS de Jornalismo Florestal, a que o Sindicato dos Jornalistas se associa desde o início, como parceiro e júri.

 

A jornalista Inês Moura Pinto, atualmente no “Jornal de Notícias”, foi a vencedora da sexta edição do Prémio Centro PINUS de Jornalismo Florestal, com a reportagem televisiva “Custo da Transição Energética: Energias Renováveis”. Emitida na RTP2, através do magazine de ambiente Biosfera produzido pela Farol de Ideias, a reportagem aborda o impacto da aposta nas energias renováveis, como a desflorestação associada à instalação de centrais solares fotovoltaicas, e o papel da floresta no combate às alterações climáticas.

 

O júri, de que o Sindicato dos Jornalistas faz parte, distinguiu, ainda, ao jornalista do Expresso Vítor Andrade, com o artigo “Governo prepara-se para o arrendamento forçado”. Um retrato sobre o estado (e a falta de Estado) na floresta, com terrenos aparentemente sem dono e verdadeiramente sem gestão e as propostas governamentais para ordenar esta verdadeira floresta. A jornalista Daniela Santiago, com a peça “Pastoreio contra incêndios – As vacas GPS”, emitida no telejornal da RTP, ficou em terceiro lugar. Uma reportagem que revela a inovação associada ao pastoreio e o contributo do gado maronês na redução do risco de incêndio e que mostra como a harmonia entre Homem e natureza pode beneficiar o maior predador da Terra.

 

A sexta edição do Prémio Centro PINUS de Jornalismo Florestal, organizada, à semelhança das anteriores, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas, registou 42 candidaturas, de 26 jornalistas e 16 Órgãos de Comunicação Social diferentes, da rádio, televisão e imprensa nacional e regional, bem como propostas online.

 

A qualidade dos trabalhos apresentados “forçou” o júri a alargar o escopo de premiados, concedendo, ainda, duas menções honrosas, entre tantos trabalhos que honraram o jornalismo e a qualidade do que se faz em Portugal, apesar da praga dos maus salários, da precariedade e do emagrecimento das redações.

 

Além dos três primeiros premiados, o júri da 6ª edição atribuiu duas menções honrosas. Uma ao jornalista Fábio Monteiro, pelo trabalho publicado no site da Rádio Renascença “Em cada empresa, um D.Dinis? Plantar árvores é o último prato do dia do capitalismo verde”. Um artigo que aborda as diferentes perspetivas das campanhas empresariais de plantação de árvores, do que escondem e do que deixam incompleto. Francisco Colaço Pedro, com a reportagem multimédia “A terra paga-me em vida, eu pago à terra em matando”, foi também reconhecido pelo júri. A obra, publicada no jornal online “Gerador”, retrata os impactos ambientais e sociais associados à produção intensiva de olival no Alentejo.

 

Nesta edição, o Centro PINUS distribuiu o prémio pecuniário de 5000€ pelos três primeiros prémios: 2500€ para o primeiro, 1500 para o segundo e 1000 euros para o terceiro. Criado em 2011 pela Associação de Valorização da Floresta de Pinho, o prémio distingue, bianualmente, trabalhos que “aproximem a floresta do cidadão através do rigor e da informação”, informa a entidade organizadora. “Paralelamente, reconhece o papel do jornalista na sua missão de serviço público e valoriza o jornalismo livre, independente e de qualidade”.

 

Critérios que merecem o reconhecimento do SJ, como frisou a vice-presidente da direção, Ana Isabel Costa, presente na entrega de prémios aos trabalhos vencedores. “Uma escolha que obedece a critérios pré-definidos em que nos revemos, e que são a base do jornalismo, como o rigor e pertinência das fontes usadas, a objetividade, a profundidade e abrangência da abordagem realizada, a que se juntam a relevância e pertinência do tema para a sensibilização da sociedade, como a originalidade, interesse e atualidade e o impacto potencial na opinião pública.”

 

Num contexto de desinvestimento acumulado nas condições das redações, afligidas por precariedade e fracos salários, o SJ encara este tipo de prémios como um estímulo para os jornalistas, porque reconhecem a importância da profissão por diferentes agentes da sociedade civil e, não há como negar, pelos valor pecuniários envolvidos, sempre bem-vindos entre uma classe em que as atualizações salariais generalizadas são uma miragem há 10, 15 anos ou 20 anos, consoante as redações. “Entendemos que sendo o jornalismo, um bem público, deve ser acarinhado e é assim que defendemos as distinções aos profissionais nas mais diversas áreas e por maioria de razões em questões ambientais, como é o caso”, sublinhou Ana Isabel Costa, na cerimónia de entrega dos prémios, no Palácio Nacional de Queluz, na quinta-feira à noite.

 

Dentro de alguns meses, o Centro PINUS anunciará o regulamento e o novo período de receção das candidaturas para a 7.ª edição deste Prémio de Jornalismo, instituído há 12 anos e com garantias de que vai continuar. 

 

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