TSF: Jornalismo existe porque resiste a ameaças

A administração do Global Media Group (GMG) concretizou a nomeação da nova direção de informação da rádio TSF numa nota de imprensa em que deixa aquilo que se pode interpretar como uma ameaça aos jornalistas da TSF, bem como aos jornalistas de todo o grupo.

Escreve a administração que a nomeação da nova direção, mandatada para desenvolver “as necessárias mudanças a todos os níveis”, corresponde à ”última e decisiva tentativa de salvar um projeto que se encontra insustentável devido ao rumo seguido na última década e em especial nos últimos anos”.

Não pode o Sindicato dos Jornalistas (SJ) deixar de ver aqui uma ameaça da administração à redação, com a referência a uma “última tentativa”, além de configurar uma desconsideração ao trabalho que tem vindo a ser feito pela redação, em condições anormais e com uma equipa esmagada.

O SJ não aceita uma chantagem deste nível: os jornalistas dão notícias; se quem é responsável pelo negócio não faz negócio é culpa de quem gere, não dos jornalistas.

O SJ lamenta que esta nota de imprensa tenha sido emitida quando há já um ambiente difícil na redação – com uma direção alterada contra o parecer contundente do Conselho de Redação – e num momento em que também a redação do Diário de Notícias aguarda a indicação de uma nova direção.

O jornalismo sério e independente, como o que a TSF tem feito, faz-se de resistência a ameaças e a pressões, e é isso que o SJ sabe que continuará a ser feito pela redação, com a qual o SJ se solidariza, para que assim continue na TSF, nas publicações do grupo, e em todo o setor.

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