SJ reúne-se com administração do jornal A Bola

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) reuniu-se na quarta-feira com a administração da Sociedade Vicra Desportiva, que detém o jornal A Bola e outros meios, no sentido de aferir da regularização do pagamento dos subsídios de férias e Natal aos trabalhadores, tendo a empresa assumido o compromisso de saldar a dívida “o mais brevemente possível”.

Os jornalistas de A Bola, A Bola TV e Auto Foco – órgãos de informação detidos pela Sociedade Vicra Desportiva e pela Sociedade Vicra Comunicações – não receberam os subsídios no tempo definido por lei. Posteriormente, a empresa procedeu ao pagamento, em dezembro, de um quarto do valor de cada um dos subsídios.

“A empresa reconhece a dívida e pretende liquidá-la o mais brevemente possível”, assegurou o gestor Paulo Cardoso, em nome da administração.

Sobre os três quartos por regularizar, disse que “a dívida que existe vai ser reduzida a muito breve trecho”, em mais um quarto, “mal a empresa tenha receitas”,

Porém, a empresa não se comprometeu com um prazo concreto, apenas referindo que fará um pagamento faseado em três tranches. “Não tenho condições para fazer esse planeamento”, disse o gestor, sublinhando o “reconhecimento de uma dívida que é devida por direito aos trabalhadores e que ainda não foi liquidada”.

Sobre esta mesma questão, a empresa justifica o pagamento dos impostos relacionados com os subsídios não pagos com a necessidade de garantir o cumprimento de normas de natureza contabilística, financeira e fiscal.

O SJ alertou para uma eventual disparidade entre as declarações de IRS da empresa e dos trabalhadores, colocando o seu gabinete jurídico à disponibilidade dos associados que pretendam ver este ponto esclarecido.

A administração da Vicra considera ainda que a declaração dos subsídios às finanças é “a solução mais vantajosa para os trabalhadores”, já que, “se não fosse assim poderiam colocar-se questões relativamente ao reembolso de IRS”.

A empresa antecipa que “quase a totalidade dos trabalhadores ou não pagará impostos ou terá direito a reembolso”.

No entendimento da empresa, as responsabilidades fiscais respeitantes aos dois subsídios – não pagos – tinham de ser assumidas, ficando a “liquidação monetária” dos mesmos por fazer e os trabalhadores com um crédito.

Independentemente de se verificarem algumas divergências no que respeita à análise jurídica da questão, o SJ saudou a abertura de um canal de comunicação com a administração da Vicra e transmitiu à administração a necessidade de melhorar a comunicação com os trabalhadores.

“As pessoas não tenham dúvidas de que a empresa não está a dirimir responsabilidades”, assegurou Paulo Cardoso, que se comprometeu a acompanhar de perto a comunicação que vier a ser feita a propósito do pagamento da próxima tranche de 25 por cento dos dois subsídios.

O Sindicato dos Jornalistas continua preocupado com a situação descrita, recordando que cerca de 70 profissionais da Sociedade Vicra Desportiva estão desde março em layoff, com uma violenta redução salarial, de mais de dois terços, e a passaram por momentos dramáticos.

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