Sindicato dos Jornalistas saúda vencedores do Prémio Nacional de Inovação na Comunicação Social

O Sindicato dos Jornalistas saúda os vencedores e todos os participantes do Prémio Nacional de Inovação na Comunicação Social, 2021 e 2022. Os galardoados foram conhecidos no sábado, numa cerimónia no World of Wine, em Vila Nova de Gaia, que distinguiu, ainda, as longas e frutíferas carreiras de dois dos mais conhecidos jornalistas ligados às tecnologias em Portugal, Lourenço Medeiros e Fátima Caçador.

O Prémio Nacional de Inovação na Comunicação Social é uma iniciativa da Agência Nacional de Inovação, com o apoio da COTEC e do Sindicato dos Jornalistas, que também fizeram parte do júri. Na sexta-feira, 21 de abril, Dia Mundial da Criatividade e da Inovação, foram entregues os prémios relativos aos anos de 2021 e 2022. Miriam Alves, da SIC, com o episódio 5 da série Descobridores, venceu na categoria Audiovisual e Multimédia. Na categoria Imprensa escrita, o vencedor foi Rui da Rocha Ferreira, da Exame Informática, com o trabalho “Portugal Quântico”, enquanto Maria Simiris, do jornal Barlavento, no Algarve, foi a vencedora da categoria Imprensa Regional, com o trabalho “Bake My Dog Happy: a marca pioneira algarvia vem ensinar a cãozinhar”.

A cerimónia atualizou-se com o tempo, após a interrupção da pandemia, e entregou também as distinções relativas a 2022. Rita Colaço, da Antena 1, triunfou na categoria Audiovisual e Multimédia, com o trabalho “A vida secreta dos algoritmos”, enquanto Teresa Sofia Serafim, do Público, foi a premiada da Imprensa escrita – “Dentro da ciência de uma missão espacial em Lisboa”. Não houve prémio para o jornalismo regional. No acerto de contas, Fátima Caçador, diretora do Sapo Tek, foi distinguida com o prémio carreira de 2021, assinalando mais de 30 anos de ligação ao jornalismo e à inovação, enquanto Lourenço Medeiros, da SIC, que tem no ar o programa “Futuro Hoje”, há 16 anos, foi agraciado com o mesmo galardão, mas relativo a 2022.

“Os media têm uma importância essencial e transversal a todas as esferas da sociedade. Por isso, torna-se fundamental promover trabalhos na comunicação social sobre inovação de base científica e tecnológica que permite aproximar a comunidade científica do cidadão comum”, refere António Grilo, Presidente da ANI. “Impulsionar o jornalismo de qualidade e consequentemente a própria inovação é a base para uma sociedade e para uma economia mais competitiva”, acrescenta, numa nota enviada às redações.

O Sindicato dos Jornalistas, que fez parte do júri, realçou a importância destes prémios, que “valorizam os jornalistas e reconhecem o trabalho de qualidade que se faz nas redações, mal-grado as condições” em que vivem muitos profissionais, com salários baixos, muitos a rondar o ordenado mínimo, e sem atualizações há 10, 15 ou 20 anos. É com apreço que vemos uma instituição como a ANI reconhecer, com este prémio, a importância do jornalismo para a vida das pessoas, procurando incentivar as boas práticas jornalísticas na sua esfera, a da inovação.

Reconhecendo a importância da inovação para o jornalismo, que nos permitiu fazer melhor, mais rápido e chegar a mais pessoas, o SJ alertou, no entanto, para os perigos que representa a inovação tecnológica, para lá das vantagens que temos de saber aproveitar. As “fake news”, ainda presentes, o “deep fake”, cada vez mais disseminado, e agora a Inteligência Artificial são desafios para as redações, particularmente duros para as muitas à míngua de jornalistas e em condições de trabalho precárias. A solução para tentar mitigar os eventuais impactos negativos dos avanços tecnológicos passa pelo reforço das redações, pela melhoria das condições salariais e de trabalho e pela forte aposta na formação como um dos pilares para suportar o futuro da profissão.

O orador convidado da cerimónia, o jornalista Lane Green, correspondente da revista “The Economist”, há anos na vanguarda a acompanhar inovações, reconheceu os perigos da inovação tecnológica para a profissão, mas focou-se nas vantagens e nas soluções. O norte-americano a trabalhar em Espanha sugere uma nova abordagem à profissão, com a contratação de físicos, engenheiros, informáticos, nativos desta nova realidade, e sugeriu que talvez seja oportuno reformular os cursos de jornalismo, de forma a abordarem as áreas do futuro. “Aprendemos a ser jornalistas na redação”, sublinhou.

Além da “contratação de especialistas”, Green sugeriu algumas estratégias para o futuro, como a criação de equipas que escrutinem as propostas e caminhos a seguir nas redações quando se fala de inovação e recomendou “humildade” na abordagem aos temas da inovação – linguagem simples, evitar o deslumbramento e o pretensiosismo.

Para garantir a saúde financeira das empresas, O SJ recomenda aos portugueses que contribuam, comprando um jornal, subscrevendo uma assinatura ou vendo notícias – escrutinando os escrutinadores. O Sindicato dos Jornalistas desafia, ainda, os empresários a olhar para a comunicação social como uma oportunidade de ficarem para a História, através do mecenato, contribuindo para um jornalismo estável, forte e saudável. Porque, como diz o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “sem jornalismo saudável não há democracia saudável.”

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