Ringier pressiona dois terços dos trabalhadores a saírem da empresa que detém A Bola

A Ringier, grupo suíço que comprou o Jornal A Bola, Bola TV, Bola on-line e Autofoco, optou por fazer uma agressiva reestruturação da empresa que mais não é do que apresentar propostas de saída a mais de 100 trabalhadores, num universo de 150. É cortar dois terços dos trabalhadores de uma assentada. A todos deixamos uma palavra de solidariedade, um apelo a que tenham capacidade de resistência neste momento difícil e que não cedam a pressões ilegítimas. E garantimos que os acompanharemos em cada passo deste processo.

O grupo suíço optou por uma estratégia agressiva para tentar ver-se livre de dezenas de jornalistas, procedimento que o Sindicato dos Jornalistas (SJ) condena e lamenta. É uma ação de uma dimensão poucas vezes vista em Portugal.

A muitos dos jornalistas dos referidos órgãos foram apresentadas propostas inaceitáveis e que desrespeitam tudo o que, ao longo de muitos anos, os trabalhadores deram ao jornal e à comunicação social portuguesa. A pessoas que passaram mais de 30 anos na empresa foi dado um prazo de 48 horas para uma tomada de decisão juntando-se-lhe a ameaça de uma recusa significar a entrada imediata numa lista para despedimento coletivo.

Por tudo isto o SJ apela ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, – que bem conhece a história de A Bola, o património que tem na história recente deste país, o peso que teve para derrubar a ditadura em Portugal – que intervenha para travar os sucessivos ataques à informação que grassam no nosso país, sendo este o mais recente caso.

O SJ apela ainda aos Grupos Parlamentares para que condenem esta estratégia de reestruturações agressivas e ajam para que este procedimento não passe a ser prática.

Finalmente, o SJ insta o grupo Ringier para que reveja a sua ação e que repense esta ofensiva contra os trabalhadores. Este processo mais não é do que um despedimento encapotado e a contratação de trabalhadores para o lugar dos que saem não pode ser considerada legítima. Lamentamos que uma empresa com a dimensão do grupo suíço faça a entrada na comunicação social portuguesa desta forma violenta, com uma ofensiva desta dimensão sobre os trabalhadores.

O SJ está atento a todo o processo e vai enviar um pedido de acompanhamento ao Ministério do Trabalho e à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

Aos trabalhadores o SJ garante acompanhamento, procurará responder a todas as dúvidas que surjam e tudo fará para que um caso destes não se efetive, nem se repita.

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