Greve geral de jornalistas silencia quatro dezenas de órgãos de comunicação

Antena 1 e TSF estão sem noticiários desde as zero horas desta quinta-feira. A direção de informação da Agência Lusa decidiu fechar o serviço aos seus clientes. A Revista Visão e a edição online do jornal Público também estão em silêncio.

Há outras quatro dezenas de órgãos de comunicação social de todo o país parados a 100%. O Sindicato continuará a atualizar a lista de OCS paralisados pela greve geral de jornalistas.

Mas a greve afetou, igualmente, de forma expressiva, uma dúzia de outros meios.

Na RTP Lisboa a paralisação é quase total na editoria de sociedade, política, cultura e economia – apenas os editores, um jornalista e os estagiários estão a trabalhar. No online da RTP seis dos sete jornalistas escalados aderiram à greve. Na manhã desta quinta-feira foram desmarcados cinco serviços no exterior. A apresentadora do jornal de desporto do meio-dia fez greve, tendo sido substituída, à última hora, por uma camarada da redação do Porto. A RTP Açores não pôs no ar a edição do Jornal da Tarde.

Na TVI/CNN Portugal e na SIC/SIC Notícias mais de metade dos jornalistas escalados fizeram greve. Na sede da TVI, em Queluz, as editorias de economia, sociedade e internacional pararam praticamente a 100 por cento. Metade dos jornalistas da editoria de política também aderiram à greve.

Na SIC Notícias, entre as 4 e as 9 da manhã, dos nove jornalistas marcados nos mapas apenas três foram trabalhar. Elementos da direção de informação reforçaram as escalas tendo assegurado a produção informativa da manhã da estação do Grupo Impresa. Para que a produção de notícias não sofresse quebras expressivas, fontes da estação garantem-nos que os turnos foram antecipadamente reforçados com jornalistas que estavam entregues a outras tarefas.

A greve tem igualmente forte expressão no Expresso. As editoriais de sociedade, desporto, internacional e o Porto estão paradas a 100 por cento. O sítio online do jornal está a funcionar com cerca de metade dos jornalistas escalados.

A produção informativa sofre fortes constrangimentos nas principais redacções. O Jogo será publicado em versão reduzida amanhã, com menos oito páginas. No Jornal de Notícias a adesão supera os 95%, e no Diário de Notícias está próxima dos 100%, estando em risco a edição em papel de amanhã. No Público, em Lisboa e no Porto, a esmagadora maioria da redação está em protesto, com a edição em papel a ser preparada por redatores principais e elementos com cargos de chefia. Também na Rádio Renascença se regista adesão à greve. No Observador metade dos profissionais estão em greve. No Dinheiro Vivo, a adesão foi total.

Estamos igualmente a receber a informação, vinda de diversos órgãos de comunicação social, que denuncia o caso de jornalistas em situação de precariedade que gostariam de ter feito greve, mas que não a fizeram, receando represálias. Os turnos, nos órgãos de comunicação social de maior dimensão, estão a ser assegurados, sobretudo, por jornalistas que tiveram receio de aderir à greve geral.

A comissão organizadora da greve geral dos jornalistas pede aos camaradas a quem as direções de informação estão a pedir para prolongarem os turnos para cobrirem as ausências dos jornalistas em greve que se recusem a fazê-lo. Todos têm o direito de não fazer greve, mas não devem cobrir a greve dos que, legitimamente, decidem fazê-la.

(notícia atualizada às 17:30)

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