Grande maioria dos assassínios de jornalistas fica impune

Cerca de 90 por cento dos responsáveis por assassínios de jornalistas registados entre 2006 e 2018, em todo o mundo, nunca foram punidos, segundo a agência da Organização das Nações Unidas para a Cultura, a Educação e Ciência (UNESCO).

O relatório da UNESCO – publicado no âmbito da jornada internacional para o fim da impunidade para os crimes cometidos contra jornalistas, que se assinala a 2 de novembro – contabiliza 1.109 jornalistas assassinados no mesmo período, apontando os Estados árabes como o espaço geográfico onde se registaram mais mortes, representando 30 por cento do total, seguindo-se América Latina e Caraíbas (26%) e Ásia-Pacífico (24%).

O relatório refere ainda que os jornalistas locais que trabalham temas relacionados com corrupção e política representam 93 por cento dos assassínios dos últimos dez anos.

Ao mesmo tempo, destaca-se que este tipo de crime aumentou 18 por cento entre 2014 e 2018, face aos cinco anos precedentes.

A propósito do mesmo tema, a Federação Internacional de Jornalistas lança uma campanha de três semanas – que começa no dia 2 e se prolonga até 23, data de um massacre nas Filipinas, que vitimou 32 profissionais dos media – para expor os níveis de impunidade para crimes contra jornalistas e a ausência de ação internacional para combater a maré de aumentos de ameaças e abusos contra jornalistas em todo o mundo.

A campanha da FIJ vai concentrar-se em cinco países: Palestina, Peru, Filipinas, Somália e Ucrânia, onde têm sido elevados os níveis de impunidade para abusos, detenções, prisões, ataques e assassínios de Jornalistas.

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