Carta aberta à administração do Global Media Group

É com grande apreensão e consternação que a Direção do Sindicato dos Jornalistas redige esta carta aberta, por sentir que não há linhas de comunicação com a empresa, após repetidas promessas não cumpridas.

Ao dia 7 de junho, dezenas de trabalhadores a recibos verdes continuam sem receber o vencimento correspondente aos trabalhos realizados em março. Uma situação que está a levar várias pessoas ao desespero e à desesperança. O momento é tão mais grave porque dezenas de outros trabalhadores receberam os montantes correspondentes ao mesmo período de tempo, os trabalhadores do quadro têm o salário em dia e alguns até receberam o subsídio de Natal, em atraso para a maioria no GMG.

Esta é uma situação desumana, que está a deixar pessoas à fome, que está a corroer a vida de dezenas de jornalistas e que não pode durar mais uma hora, quanto mais um dia, ou mês, uma vez que a administração admite apenas regularizar os pagamentos em atraso quando finalizar o negócio de venda do JN, TSF, O Jogo e várias revistas à empresa Notícias Ilimitadas. E também é desumano deixar os trabalhadores à mercê de um totoloto da subsistência, pois a ideia de ir pagando à medida que entra dinheiro deixa todos ansiosos. Duplamente, entre alívio de ver finalmente a lei ser cumprida e a tristeza de ter amigos e camaradas sem receber; ou a tristeza de continuar à espera do dinheiro que lhe é devido e a alegria de ver amigos e camaradas a receber.

A discricionariedade destes pagamentos assemelha-se muito mais a uma forma de tortura – até porque alguns dos que continuam com azar têm processos de integração a correr na ACT – do que uma atabalhoada e triste forma de resolver um problema gravíssimo que está a destruir a vida de muitas pessoas.

Tanto mais grave quando a administração de Vítor Coutinho admitiu, recentemente, ter recebido uma verba da NI para salários, tendo deixado de fora alguns dos mais desfavorecidos.

Aparente, a administração mudou, mas a falta de respeito pelos trabalhadores e pelos direitos mais básicos das pessoas continuam.

Em face da incapacidade demonstrada pela atual administração, parece-nos que se não têm soluções para os problemas ou respeito pelas pessoas só têm um caminho: demitir-se.

 

A Direção do Sindicato dos Jornalistas

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