Yuri Bagrov pode permanecer na Rússia mas com restrições

O ministro do Interior da república russa da Ossétia do Norte autorizou Yuri Bagrov a permanecer no país e a voltar a solicitar a cidadania russa. O jornalista tinha recebido ordem de deportação do Serviço de Segurança Federal.

Apesar deste retrocesso positivo, mantêm-se no entanto as restrições que determinam que o jornalista – correspondente no Cáucaso do Norte para a Associated Press e a Radio Free Europe/Radio Liberty – fique sem poder exercer a profissão durante seis meses.

A decisão do Ministério do Interior foi divulgada a 18 de Fevereiro, poucos dias depois de várias organizações terem criticado a ordem de deportação do jornalista, assinala o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que se juntara aos protestos e que agora apela ao Governo russo para que deixe Yuri Bagrov trabalhar livremente.

Em declarações ao CPJ, o jornalista lamentou que os obstáculos ao exercício da sua profissão se mantenham, caso da situação do seu passaporte, confiscado pelo Serviço de Segurança o ano passado e nunca devolvido, o que o impede de fazer a cobertura de determinados acontecimentos.

Yuri Bagrov foi condenado em Dezembro de 2004 na sequência de acusações de uso de documentação falsa para obter a cidadania russa, ao ter-se mudado da Geórgia para a Ossétia do Norte.

Para o CPJ, não seria de admirar que a sentença de deportação do jornalista tivesse motivações políticas, já que a acção do Serviço de Segurança teve lugar pouco depois de Yuri Bagrov escrever várias matérias delicadas nessa área.

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