UEFA admite direito à informação mas quer proteger vendas

A UEFA reconhece o direito à informação nos jogos de futebol como “essencial”, segundo o seu director de comunicação, William Gaillard, citado ontem pelo jornal “A Bola”, mas revela-se preocupada com a possibilidade de novas tecnologias como a Internet e o telemóvel poderem “furar” direitos vendidos em exclusivo.

O direito à informação foi um dos assuntos debatidos a 3 de Junho, em Lisboa, durante a XIII Conferência de Presidentes e Secretários-gerais das 52 federações nacionais membros da UEFA, onde se reconheceu que a “questão é regulamentada pelas leis nacionais, as quais contêm, geralmente, disposições relativas ao ‘acesso à informação’”.

Recorde-se que o Sindicato dos Jornalistas (SJ) questionou o Governo sobre a legalidade da pretensão dos responsáveis da UEFA e da Sociedade Euro-2004 de cobrarem taxa pelo acesso das rádios aos jogos do Campeonato Europeu de Futebol, que ontem terminou, em Portugal.

A UEFA vem agora admitir que foi oportuna e legítima a intervenção do SJ, a qual foi, aliás, secundada por um parecer da Alta Autoridade para a Comunicação Social.

Não obstante o reconhecimento de que a questão do direito à informação está a ser debatida pelas instituições políticas da União Europeia (UE), designadamente pela Comissão Europeia e o Conselho da Europa, a UEFA não desarma neste campo.

“Prevê-se que a nova directiva seja debatida nos instituições da UE durante o segundo semestre de 2005”, recorda um documento aos participantes na conferência, no qual se salienta também que “o futebol europeu tem, por conseguinte, uma ocasião para influenciar o resultado dos debates, efectuando trabalho de lobbying, tanto a nível nacional como europeu — é uma tarefa que a UEFA está disposta a dirigir e a organizar”.

O SJ manter-se-á atento ao assunto e conta com a intervenção e o apoio da Federação Europeia de Jornalistas, que é uma das estruturas representadas no Conselho da Europa.

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