Trabalhadores da Lusa apontam o dedo a Governo, Administração e Direção de Informação

Reunidos em plenário, na quarta-feira, aprovaram três moções, sobre situação na empresa, trabalhadores com vínculo precário e requisições e licenças sem vencimento.

Os trabalhadores da Agência Lusa, reunidos em plenário na quarta-feira, aprovaram três moções: uma sobre a situação da empresa, outra sobre os trabalhadores com vínculo precário e outra ainda sobre a concessão de requisições e licenças sem vencimento.

Segundo um comunicado das organizações representativas dos trabalhadores da Lusa, os trabalhadores, reunidos em plenário, “lamentam a oportunidade perdida pelo Governo atual para corrigir com ganhos: os cortes orçamentais superiores a 30% que provocaram a saída de 10% dos trabalhadores, a degradação dos vínculos laborais, designadamente da rede internacional, a redução da produção, a ameaça de criação de um Portugal Invisível e um funcionamento em sobrecarga da estrutura restante, que ainda hoje é visível”.

Sublinhando que os problemas na empresa “não são de agora e se arrastam”, uma das moções frisa que a situação da empresa é “preocupante”, por estar “a funcionar em sobrecarga e sem estratégia”, e “criticam a desorientação do Governo, dada a sucessão de episódios infelizes e declarações e práticas contraditórias”.

Na mesma moção, a Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Lusa, Teresa Marques, é acusada de desvalorizar os “problemas”, ao continuar “a garantir o cumprimento do contrato, minimizando o facto de tal só ser conseguido à custa do esforço e sacrifício dos trabalhadores da Lusa e da qualidade do produto Lusa”.

Por seu lado, a Direção de Informação (DI) é acusada de “passividade”, por continuar “a acreditar que lhe serão atribuídos os meios necessários”, e de “falta de critério, evidenciada pelas alterações propostas na redação”.

Os trabalhadores apelam a que as “contratações e nomeações futuras sejam norteadas por critérios técnicos, transparentes, objetivos e públicos” e “entendem indispensável que qualquer solução dos problemas da Lusa conjugue, de forma indissociável, as questões do financiamento da empresa com as da sua estratégia e da sua liderança”. Nesse sentido, “instam a PCA e a DI a tomarem uma posição pública sobre a situação da empresa e a necessidade de garantir um serviço público informativo e noticioso de qualidade”.

Numa outra moção, aprovada por unanimidade, os trabalhadores realçam “o contributo fundamental” dos camaradas com vínculo precário.

Destacando “a adesão” desses trabalhadores ao programa de regularização do Governo, “recomendam à Administração da Lusa que reforce o processo da sua integração na empresa, através da comunicação de situações que ainda não tenham sido objeto de requerimento, mas que correspondam a necessidades permanentes”.

Dado que a Lusa tem autorização para pôr duas pessoas no quadro, os trabalhadores reunidos em plenário entendem que esses trabalhadores com vínculo precário, alguns a trabalhar para a Agência há muitos anos, tenham “tratamento preferencial” nos processos de contratações.

Uma outra moção aprovou, face ao “esvaziamento” da empresa, que Direções e Administração “suspendam, por tempo indeterminado, as autorizações de requisições e não renovem as vigentes” e, ao mesmo tempo, “cumpram o Acordo de Empresa no que diz respeito às licenças sem retribuição de longa duração (mais de 60 dias), restringindo-as a planos de estudo e formação.

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