SJ contra “publicidade contextual” em textos jornalísticos

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) pediu hoje a intervenção muito urgente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) em relação à introdução, ontem, da chamada “publicidade contextual” no sítio informativo do jornal “Destak”, considerando que o dispositivo usado viola as normas de publicidade e manipula textos jornalísticos como suporte publicitário.

Em carta entregue esta manhã na RC, o SJ alerta para uma prática que, além de violar o princípio da identificabilidade da publicidade, separando-a do conteúdo jornalístico, põe em causa a credibilidade do trabalho dos jornalistas.

Para o SJ, a intervenção da ERC em relação à iniciativa de “publicidade contextual” do jornal “Destak” é necessária porque:

1. É manifesto que o exercício da chamada “publicidade contextual” viola claramente as normas legais aplicáveis à publicidade nos meios de comunicação social, ao não separar a mensagem publicitária do conteúdo editorial.

2. É manifesto que a referida forma de “publicidade” recorre a um dispositivo de ligação electrónica inserida no texto jornalístico, produzindo um efeito de surpresa ao fazer surgir uma janela electrónica em resultado da mera passagem do “rato” do computador sobre a palavra ou a expressão usadas em tal texto como suporte à referida ligação, como explica a própria Empresa na informação difundida ontem (copia entregue à ERC) e como o SJ demonstrou através de vários exemplos de notícias reproduzidas num anexo de suporte à participação.

3. É manifesto que tal prática constitui uma clara violação da regra da identificabilidade da publicidade, sendo obviamente intrusiva nos conteúdos jornalísticos e quebrando ostensivamente o dever de lealdade dos meios de informação para com os leitores.

4. É manifestamente ilegítima a manipulação de textos jornalísticos como suporte publicitário, pondo gravemente em causa a credibilidade do trabalho jornalístico, tanto dos jornalistas ao serviço da publicação em causa como dos profissionais ao serviço das agências noticiosas que lhes fornecem serviço.

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