SJ apreensivo com segurança dos jornalistas

As notícias sobre um caso de intimidação a um jornalista ao serviço da TVI, dia 28, no interior das instalações do Estádio Municipal de Aveiro, preocupam o Sindicato dos Jornalistas (SJ), que em comunicado hoje divulgado manifesta o seu repúdio pelo sucedido.

Considerando que a ocorrência de incidentes deste tipo justifica “clara apreensão quanto às condições de segurança que devem ser garantidas aos profissionais de comunicação social”, o SJ apela para que os “jornalistas vítimas de intimidação, perseguição, impedimento no acesso aos estádios e até de agressão, apresentem queixa junto das autoridades policiais”.

Por seu lado, o SJ vai participar os “factos que já conhece e os que vier a apurar à Entidade Reguladora para a Comunicação Social e à Procuradoria Geral da República, esperando que os mesmos sejam devidamente esclarecidos e que as autoridades ajam em conformidade”.

É o seguinte o texto, na íntegra, do Comunicado do SJ:

SJ repudia intimidação a jornalista ao serviço da TVI

1.O Sindicato dos Jornalistas tomou conhecimento das notícias sobre um caso de intimidação a um jornalista ao serviço da TVI, dia 28, no interior das instalações do Estádio Municipal de Aveiro, em zona de acesso reservado, praticada por pessoa que alegadamente estará ligada ao Sport Lisboa e Benfica, e à qual se terá seguido uma perseguição do carro de reportagem da mesma estação por uma viatura desconhecida.

2.O SJ desconhece os pormenores do incidente, mas o facto de um jornalista se sentir intimidado e perseguido, especialmente num local destinado à execução da sua missão – a zona de “entrevista rápida” de um estádio de futebol –, justifica clara apreensão em relação às condições de segurança que devem ser garantidas aos profissionais de comunicação social e um firme repúdio pelo sucedido.

3.O SJ entende, porém, que não chega denunciar incidentes como este, ou fazer passar a informação de que eles ocorreram. Mais uma vez, a exemplo do que tem feito noutras ocasiões, apela para que os jornalistas vítimas de intimidação, perseguição, impedimento no acesso aos estádios e até de agressão, apresentem queixa junto das autoridades policiais, indicando com a maior exactidão possível os agentes da intimidação e/ou agressão e testemunhas dos factos, bem como juntando o maior volume de elementos de prova possível.

4.O SJ está permanentemente disponível – e é a única organização a fazê-lo – para denunciar publicamente, participar às autoridades (Entidade Reguladora para a Comunicação Social e Procuradoria Geral da República) todas as situações de que tenha conhecimento envolvendo jornalistas. Mas apela para que as vítimas, as testemunhas e os directores dos respectivos órgãos de informação assumam também as suas responsabilidades e os seus deveres.

5.É tempo de dar a volta a esta situação. Os jornalistas vítimas de acções de intimidação ou mesmo de agressão, assim como os órgãos de informação para que trabalham, não podem ficar à espera que alguém faça por eles o que a eles, como ofendidos, cabe fazer: além de apresentar queixa formal, nos termos já referidos, disponibilizar-se para depor em inquérito e em julgamento.

6.Assim, o SJ participará os factos que já conhece e os que vier a apurar à Entidade Reguladora para a Comunicação Social e à Procuradoria Geral da República, esperando que os mesmos sejam devidamente esclarecidos e que as autoridades ajam em conformidade.

Lisboa, 30 de Novembro de 2010

A Direcção

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