Situação na Controlinveste preocupa partidos

A situação no Grupo Controlinveste, que pretende despedir 122 trabalhadores, metade dos quais são jornalistas ao serviço do “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias”, “O Jogo” e “24 Horas”, preocupa vários partidos políticos e vai estar em foco na Assembleia da República, na próxima quarta-feira, 28 de Janeiro.

Ontem, dia 23, o deputado Honório Novo, eleito pelo Partido Comunista Português (PCP), encontrou-se com dirigentes e delegados sindicais do Sindicato dos Jornalistas e do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos, manifestando solidariedade para com os trabalhadores abrangidos e recolhendo informação actualizada sobre o processo.

O parlamentar, que se reuniu com os representantes dos trabalhadores à porta da sede da empresa “Global Notícias” (editora do JN, DN e 24H) devido à recusa da Administração em ceder uma sala para a reunião, considerou indispensáveis explicações do presidente da Controlinveste na Assembleia da República.

O PCP e o Bloco de Esquerda entregaram na Comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura requerimentos com vista à convocação do presidente do grupo. A apreciação do requerimento do PCP, que também prevê a audição do Sindicato dos Jornalistas, está agendada para a reunião de quarta-feira, dia 28.

PS-Porto também solidário

Na semana passada, o PCP difundiu notas de imprensa manifestando a sua solidariedade para com os trabalhadores e expressando críticas ao Estatuto do Jornalista, que contém normas que permitem às empresas e grupos de média a partilha de criações jornalísticas entre publicações, o que cria condições para que possam reduzir os quadros das suas redacções.

Também nessa altura o líder da concelhia do Porto do Partido Socialista, Orlando Soares Gaspar, manifestou a sua “total solidariedade” para com os jornalistas. Do conjunto de 61 jornalistas abrangidos, 44 trabalham na sede do JN e de “O Jogo”, no Porto, e nas redacções do DN e do 24H nesta cidade, ou em delegações na região Norte.

“Quanto menos profissionais de qualidade tiver, mais a classe fica empobrecida”, considerou Orlando Soares Gaspar, citado pela agência Lusa, considerando que o despedimento atinge uma classe “tão relevante para a vida nacional e portuense “.

As preocupações manifestadas pelas diferentes forças políticas coincidem com as que foram expressas, insistentemente, pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ) aquando das consultas sobre o Estatuto do Jornalistas e da lei dita “contra a concentração” nos média, altura em que o SJ alertou o Governo e os grupos parlamentares para as consequências dramáticas que poderiam advir desses diplomas, quer ao nível da eliminação de postos de trabalho quer no respeitante à liberdade de expressão.

Partilhe