Situação dos jornalistas degrada-se no “24 Horas”

Um administrador do “24 Horas”, Araújo e Sá, disse aos delegados sindicais que poderá haver mais rescisões e que os jornalistas que foram afastados da Redacção não podem regressar por “não se adaptarem à filosofia do jornal”. Um desses jornalistas, Acácio Franco, foi hospitalizado com problemas cardíacos. O agravamento da situação levou o Sindicato dos Jornalistas a solicitar nova intervenção da Inspecção-Geral do Trabalho.

Em comunicado, o Sindicato dos Jornalistas denuncia o agravamento da situação no “24 Horas”. Oito jornalistas que se recusaram a rescindir os contratos foram desterrados há um mês para instalações isoladas da Redacção, numa forma inadmissível de coacção psicológica.

É o seguinte o texto integral do comunicado do SJ:

Situação no «24 Horas» agrava-se

“1. A situação dos jornalistas do «24 Horas» afastados da redacção em finais de Dezembro e colocados nas antigas instalações do «Jornal de Notícias» e da «Notícias Magazine» continua a degradar-se.

“2. Estes jornalistas, que não aceitaram as propostas de rescisão dos respectivos contratos de trabalho, estão a ser sujeitos a uma inadmissível pressão psicológica, cujos efeitos o SJ receia que já se estejam a fazer sentir.

Na madrugada da passada terça-feira, o delegado sindical Acácio Franco foi hospitalizado devido a um problema cardíaco, encontrando-se agora internado no serviço de cardiologia do Hospital Garcia de Orta.

“3. Forçados a cumprir um horário de trabalho sem ter praticamente nada para fazer – apenas dois serviços marcados no espaço de um mês, ainda não publicados -, marginalizados pelas chefias e isolados dos seus camaradas de redacção, os quatro jornalistas do «24 Horas» desterrados para a Rua Rodrigues Sampaio, onde teoricamente deveria funcionar a chamada editoria “Grande Reportagem” para que foram remetidos, confrontam-se com a manifesta falta de seriedade dos responsáveis da empresa.

“4. Após terem sido informados de que o seu afastamento da redacção era «uma situação provisória», os jornalistas verificam agora que não é nada disso que se trata.

“5. Com efeito, o administrador Araújo e Sá afirmou aos delegados sindicais, em reunião realizada a 29 de Janeiro, que «a editoria “Grande Reportagem” vai continuar a existir e que os jornalistas que a integram não irão ter qualquer possibilidade de regressar à redacção por não se adaptarem à filosofia do jornal».

“6. Araújo e Sá informou ainda os delegados sindicais de que «outros jornalistas podem vir a ser contactados para rescindir» os seus contratos.

“7. A Inspecção Geral de Trabalho (IGT), chamada a intervir pelo SJ, deslocou-se a 13 de Janeiro às instalações do «24 Horas» na Rua Rodrigues Sampaio e ouviu no dia 31 os delegados sindicais, que deram conta de diversas irregularidades cometidas na empresa, designadamente no que se refere aos descontos para a Segurança Social.

“8. O SJ, que aguarda pelo auto desta inspecção, decidiu voltar a solicitar a intervenção da IGT junto do «24 Horas», tendo em conta os novos desenvolvimentos desta situação, a todos os títulos lamentável.”

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