Comunicado conjunto dos Sindicatos representativos dos trabalhadores da RTP critica Administração da empresa por decisão unilateral.

Como estava anunciado, na reunião desta 5ª feira à tarde, o Conselho de Administração (CA) da RTP apresentou – oralmente e não por escrito – uma contraproposta de Acordo de Empresa (AE). Esta mantém cortes significativos na massa salarial dos trabalhadores (no valor das horas extraordinárias ou na comparticipação para o seguro de reforma, por exemplo).
A mais esta intransigente tomada de posição do CA, os Sindicatos em conjunto defenderam a republicação do AE em vigor.
O CA recusou e afirmou que “lamenta profundamente que os Sindicatos não tenham tido em conta o esforço da Administração” – dando as negociações por encerradas.
Quem lamenta são os Sindicatos. Lamentamos que a Administração não entenda a realidade em que vive quem trabalha na RTP. Lamentamos ter uma Administração que considera natural pedir excepções salariais para si própria quando continua a propor cortes aos trabalhadores.
Os Sindicatos rejeitam ser responsabilizados pela tentativa de pôr fim às negociações. Quem pôs, e de forma unilateral, foi o CA. O que constitui mais uma forma de pressão inaceitável.
Perante isto, os Sindicatos vão reunir-se com os trabalhadores e apelam à mobilização. Para que todos juntos possamos encontrar as formas adequadas de resposta.

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da RTP

Declaração conjunta dos Sindicatos apresentada ao CA no final da reunião de hoje e ditada para acta
“Os Sindicatos lamentam profundamente que o Conselho de Administração não tenha entendido a sua posição conjunta ao pedir a republicação do actual Acordo de Empresa, que claramente foi colocada como transitória, para garantir a paz social na empresa e permitindo uma negociação sem constrangimentos. A questão financeira da empresa, trazida à colação pelo CA para dar por finda a negociação, não colhe. Um CA que se excepciona de cortes salariais não tem o direito de o alegar. O esforço negocial dos Sindicatos tem sido evidente ao longo de dois anos, pelo que jamais se podem acusar as associações sindicais de intransigência ou irresponsabilidade. E se havia propostas mais favoráveis a apresentar aos Sindicatos, a Administração tinha obrigação de as ter apresentado atempadamente e por escrito – o que não aconteceu.
Os Sindicatos, contrariamente ao CA, não dão as negociações por encerradas porque consideram ter existido todo um conjunto de situações a que os Sindicatos são alheios. As excepções salariais dos administradores, os aumentos volumosos atribuídos a alguns cargos de estrutura e contratações externas a preço de mercado, que conjuntamente com resultados operacionais positivos da RTP no exercício de 2014, em cerca de 40 milhões de euros, impossibilitam os Sindicatos de aceitarem condições salariais mais redutoras do que aquelas que já existem atualmente face aos cortes impostos pela Lei do Orçamento do Estado.
Os Sindicatos vão continuar a reunir-se com os seus trabalhadores, dado competir a eles a última palavra, por forma a recolher a informação necessária no sentido de apurar o rumo a seguir nas negociações.”