O retomar das negociações com a Associação Sueca de Editores de Jornais (TU), a 29 de Agosto, não levou o Sindicato de Jornalistas Sueco (SJF) a desconvocar as greves planeadas para o início de Setembro e que têm como principal motivo o ataque dos patrões dos média aos direitos de autor dos jornalistas. Problema idêntico poderá afectar também a classe em Portugal, caso as normas sobre esta matéria constantes no novo Estatuto do Jornalista e contestadas pelo Sindicato dos Jornalistas (SJ) não sejam alteradas quando o diploma, vetado pelo Presidente da República, voltar a ser apreciado pelo Parlamento.
A paralisação agendada na Suécia segue-se a medidas de protesto mais suaves, como greves às horas extraordinárias em mais de 70 títulos, às quais a TU decidiu responder com medidas que, em termos práticos, acabaram por reduzir os salários de quatro mil jornalistas de todo o país.
A greve irá começar a 4 de Setembro nos jornais regionais “Helsingborgs Dagblad”, “Ystad Allehanda” e “Trelleborgs Allehanda”, seguindo-se, no dia 5, o “Gefle Dagblad” e vários jornais locais da Suécia Ocidental.
Os únicos profissionais autorizados a trabalhar nesses dias são os editores e os profissionais que estiverem no estrangeiro ou em cursos. Quem estiver em férias não verá o seu rendimento afectado pela greve.
O sindicato sueco conta com o total apoio da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que a 17 de Agosto emitiu um comunicado em que acusa a TU de “tentar forçar os jornalistas a sacrificar a protecção dos direitos de autor e ter, obstinadamente, recusado aceitar exigências de aumento salarial para toda a classe, sobretudo para o pessoal mais mal pago, e de mais protecção no emprego”.
Lembrando que a luta na Suécia visa defender três pré-requisitos do bom jornalismo – salário justo, emprego seguro e direitos de autor – a FIJ apelou a camaradas de profissão da Europa e do mundo para que reconheçam a importância deste combate e demonstrem a sua solidariedade enviando e-mails para o SJF – kansliet@sjf.se.
