Segunda Casa dos Jornalistas vai nascer em Cádiz

Os jornalistas perseguidos por motivos profissionais vão poder refugiar-se, a partir de 2010, na Casa dos Jornalistas que a Associação de Imprensa de Cádiz (APC) está a construir em Espanha e que será a segunda residência do género a ser criada no mundo.

A iniciativa tem como modelo referência a Maison des Journalistes, em Paris, a única que actualmente serve de asilo a jornalistas perseguidos no seu país de origem e que acolhe 32 pessoas por ano, ajudando-as a obter o estatuto de refugiado, a procurar trabalho e a solicitar que a família se lhes junte.

Uma vez que a lei espanhola diz que, durante o tempo de estadia, os requerentes ao estatuto de refugiado não podem trabalhar, os promotores da Casa dos Jornalistas planeiam manter os residentes ocupados através da colaboração com associações de moradores e associações culturais, para que estes conheçam melhor a política, cultura e tradição espanholas.

No caso espanhol, a primeira pedra deverá ser colocada no final de 2008 e prevê-se que a casa, com capacidade para 12 pessoas e que funcionará num espaço de 4 hectares cedidos pela Câmara de Cádiz, esteja em pleno funcionamento a partir de 10 de Novembro de 2010.

Com a Maison des Journalistes lotada, a lista de espera para a Casa dos Jornalistas de Cádiz já supera a capacidade que a instituição tem, pois a organização já recebeu – através da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) – mais de 15 candidaturas, sobretudo de profissionais latino-americanos.

O custo de arranque do projecto ronda os 600 mil euros, valor que Fernando Santiago Muñoz, presidente da APC, espera obter junto do Fundo Europeu para os Refugiados (50%), dos grandes grupos de comunicação espanhóis, como a Prisa, e dos executivos nacionais (de Espanha), autonómicos (Andaluzia) e municipais (Cádiz).

Para este responsável, o projecto em curso é “o único legado que nós, jornalistas, podemos deixar à liberdade de expressão e liberdade de imprensa”.

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