RSF condena violação do sigilo das fontes em Itália

Buscas policiais às casas e aos escritórios de dois jornalistas italianos, a 4 de Fevereiro, motivaram um protesto da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) contra a violação do direito daqueles profissionais a protegerem as suas fontes.

Os alvos da busca foram Massimo Martinelli, do diário “Il Messaggero”, e Fiorenza Sarzanini, do “Corriere della Sera”, em Roma, ambos acusados de quebrarem o segredo de justiça nas investigações sobre a morte de um médico suspeito de ser o autor moral de uma série de assassinatos.

No final de Janeiro, Massimo Martinelli e Fiorenza Sarzanini escreveram artigos sobre a investigação à morte de um médico suspeito de ter estado por detrás de um ritual satânico que levou ao assassinato de oito casais na Toscânia, entre 1968 e 1985, por um homem designado como “Monstro de Florença”.

Durante as buscas, a polícia copiou informação do computador de Massimo Martinelli, apreendeu os seus blocos de notas e tirou contactos do seu telemóvel, tendo também lido documentos relacionados com o caso no computador de Fiorenza Sarzanini.

Apesar da acusação e da ordem de tribunal que autorizou as buscas, os dois jornalistas recusam-se a revelar as suas fontes.

Perante este caso, que considera “um ataque inaceitável à liberdade de imprensa”, a RSF revela-se chocada e lembra que a protecção das fontes é essencial para assegurar um jornalismo de investigação independente.

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