Repórter alemão detido por agentes dos correios dos EUA

Stephan Bachenheimer, correspondente da Deutsche Welle em Washington D.C., foi detido por agentes do U.S. Postal Service e só saiu em liberdade depois de ter entregue uma cassete de vídeo com imagens de entrevistas que efectuou num centro de entregas postais para vítimas do furacão Katrina, em Nova Orleães.

O caso ocorreu a 16 de Fevereiro, quando o jornalista foi abordado por um agente da autoridade enquanto entrevistava e filmava pessoas numa fila do referido centro de entregas postais. Na altura, o agente pediu-lhe que saísse do local pois era proibido filmar.

O jornalista alemão anuiu e deslocou-se até ao fim do parque de estacionamento, mas continuou a filmar através da vedação, dado não existirem quaisquer sinais a proibir filmagens nem a passagem de pessoas estranhas ou qualquer outra actividade.

Desta vez, Stephan Bachenheimer foi abordado por dois agentes do U.S. Postal Service que lhe ordenaram que parasse de filmar, ignoraram as suas credenciais jornalísticas e lhe exigiram a entrega da cassete de vídeo.

Perante a ameaça de detenção, Stephan Bachenheimer tentou convencer os agentes a verem as imagens juntamente com ele ou a passarem-lhe um recibo em como tinham confiscado a cassete, mas os agentes recusaram e algemaram-no.

Um terceiro elemento juntou-se então ao grupo, que começou a interrogar detalhadamente o repórter alemão acerca do seu itinerário durante a viagem aos estados da Louisiana e do Mississippi. O jornalista foi libertado meia-hora depois, mas só após ter entregado a cassete de vídeo, o que fez com relutância, recebendo em troca um pedaço de papel com vários números de telefone.

Stephan Bachenheimer foi então escoltado até à sua viatura, cuja matrícula os agentes anotaram.

Citado pelo Comité de Repórteres pela Liberdade de Imprensa (RCFP), o repórter da Deutsche Welle considerou este caso como “se não ilegal, altamente desadequado”.

Opinião similar emitiu Darla Stafford, porta-voz do U.S. Postal Service, que disse desconhecer o caso e referiu ao RCFP que o procedimento habitual sempre que um repórter surge sem avisar é contactar o gabinete de relações com os média da empresa.

Partilhe