Portugal é o segundo país da Europa onde mais se confia nas notícias

Dado faz parte do Digital News Report divulgado hoje, colocando a Finlândia no topo deste grupo.

De acordo com os dados do Digital News Report, com origem no Reuters Institute for the Study of Journalism da Universidade de Oxford, Portugal, com um grau de 58% de confiança, é o segundo país europeu onde mais se confia nas notícias, surgindo apenas atrás da Finlândia.

“A confiança nos media varia de forma significativa nos 36 países analisados. A Finlândia é o país onde a confiança atinge a percentagem mais elevada (62%), enquanto a Grécia e a Coreia do Sul são os países com o nível de confiança mais baixo (23%)”, refere-se.

O estudo baseia-se “num inquérito online a 70 mil pessoas” e foi conduzido “pela YouGov”, apontando ainda, por exemplo, que “mais de metade” de quem respondeu “(54%) utiliza as redes sociais, mas salienta um declínio no uso do Facebook como fonte de notícias em alguns países onde aumentou a popularidade das apps de messaging”.

O relatório, que será apresentado em Portugal no próximo mês de setembro, deixa diversos indicadores como, por exemplo, o perfil de tendência política de quem respondeu, uma vez que relaciona com os “órgãos de comunicação social que são as suas fontes de notícias”. Assim, no caso português, é suposto que os leitores do Diário de Notícias se posicionem mais à esquerda do espetro político, enquanto os do Observador serão mais simpatizantes de ideias de direita.

Indica ainda o estudo que “a preocupação com a baixa qualidade das notícias e com as ‘fake news’ oferece às organizações de media a oportunidade de demonstrar o valor do jornalismo de qualidade e em alguns casos de cobrar por conteúdos online”.

Por outro lado, no que diz respeito aos modelos de negócio, as alterações continuam, referindo-se um caso: “Assistiu-se a um aumento considerável no número daqueles que estão disponíveis para pagar por notícias online nos EUA, com um crescimento dos 9% para os 16%, entre a amostra.” Quanto a “novas subscrições e outras formas de pagamento, o estudo destaca: “A maior parte chegaram dos inquiridos posicionados à esquerda, com quase um terço a afirmar que querem ajudar a ‘financiar o jornalismo’. Deu-se um crescimento significativo na faixa etária com menos de 35 anos, uma revelação que vem desmistificar a ideia de que os grupos mais jovens não estão preparados para pagar por serviços de media online, quanto mais por notícias.”

Existe, ainda, “uma forte correlação entre aqueles que pagam por serviços de vídeo online como o Netflix ou serviços de música como o Spotify, e aqueles que pagam por notícias online”.

Segundo o documento, “em alguns países o relatório encontra uma forte ligação entre um nível baixo de confiança nas notícias e a perceção de parcialidade política. Nos Estados Unidos, aqueles que se afirmam de direita revelam três vezes maior probabilidade de expressar falta de confiança nas notícias em geral se comparados com os que se afirmam de esquerda. A polarização política nos EUA significa que quem respondeu ao inquérito tem maior probabilidade de confiar nas fontes noticiosas que costuma usar (53%) do que nas notícias em geral (38%)”.

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