Pagamentos a jornalistas embaraçam administração Bush

Vários pagamentos feitos por entidades governamentais a jornalistas para que estes escrevessem matérias favoráveis ao Estado estão a embaraçar a administração Bush, que é acusada por alguns senadores democratas de estar a pagar propaganda, o que é ilegal ao abrigo das leis dos EUA.

Depois dos casos de Armstrong Williams – que recebeu 240 mil dólares para promover o programa educativo No Child Left Behind, em 2003 e 2004 – e de dois colunistas que auferiram mais de 40 mil dólares para escrever brochuras e treinar pessoal do Departamento de Serviços Humanos e Saúde, algo que não revelaram aos seus leitores, veio agora a público o pagamento de 9.375 dólares a um jornalista freelance para que este escrevesse sobre as vantagens dos programas do Serviço de Conservação de Recursos Naturais (NRCS) para os sectores da caça e da pesca.

Os artigos em causa, da autoria de Dave Smith, foram publicados em duas revistas da especialidade – “Outdoor Oklahoma” e “Washington-Oregon Game & Fish” – sem qualquer indicação de que o jornalista tinha sido pago pelo governo.

Dave Smith, que é biólogo de profissão e agora trabalha para o NRCS em Montana, disse a 10 de Maio que as revistas não lhe pagaram os artigos pois sabiam que ele tinha sido contratado pelo governo, pelo que esperou que elas tratassem da devida identificação dos textos.

Em declarações à “USA Today”, Ken Dunwoody, editor do grupo que publica as revistas “Game & Fish”, afirmou desconhecer a informação, mas frisou que se os outros editores da empresa sabiam do facto então foi um erro não a terem divulgado aos leitores.

Incomodado com o escândalo causado pelos vários casos que vieram a público, George W. Bush, que ainda recentemente defendera este tipo de propaganda encoberta, terá ordenado agora, segundo o “USA Today”, que o governo acabasse com os pagamentos a jornalistas e não voltasse a efectuar contratos similares.

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