Organizações de jornalistas exigem investigação ao assassínio de Daphne Caruana Galizia

Dez instituições, parceiras do Conselho da Europa na Plataforma para a Promoção do Jornalismo e a Proteção dos Jornalistas, divulgaram documento no qual insistem na necessidade de esclarecimento à morte da jornalista maltesa.

Dez instituições de jornalistas, entre as quais o Committee to Protect Journalists (CPJ), as Federações Internacional (FIJ) e Europeia (FEJ) de Jornalistas, o Index of Censorship, os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o PEN International ou o International Press Institute (IPI), divulgaram um documento conjunto no qual insistem na exigência de investigação à morte da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia.

No documento, divulgado pela FIJ, uma das parceiras do Conselho da Europa na Plataforma para a Promoção do Jornalismo e a Proteção dos Jornalistas, pode ler-se: “Mais de três meses depois do assassínio e de ter sido anunciada a detenção de três suspeitos, não existe qualquer indicação pública de que as autoridades tenham identificado quem dirigiu, planeou e orquestrou esta morte.”

O texto recorda as recomendações, aprovadas pelo Comité de Ministros do Conselho da Europa a 16 de abril de 2016, no que diz respeito às investigações sobre casos de morte de jornalistas: “As investigações devem ser efetivas para que seja mantida a confiança pública nas garantias que as autoridades devem dar quanto ao respeito pelo Estado de direito, bem como para evitar que haja suspeitas de conluio ou tolerância por atos à margem das leis.”

A convicção das dez organizações é que, “face ao perfil do crime e aos temas relacionados com corrupção que Daphne Caruana Galizia procurava revelar ao público, a investigação deve estar sujeita a escrutínio permanente por parte da comunidade internacional”. E o texto refere que as instituições se juntam aos familiares da malograda jornalista no apelo dirigido à assembleia do Conselho da Europa para que seja nomeado “um relator especial que monitorize o processo de investigação e avalie o contexto e as circunstâncias da sua morte”.

No documento recorda-se que a impunidade “permanece como um dos principais desafios à proteção dos jornalistas, incluindo 15 casos de assassínios e numerosos outros de ameaças, intimidações e assédio que não foram investigados pelas autoridades”.

Daphne Caruana Galizia foi morta no passado dia 16 de outubro, perto de casa, quando o seu carro foi destruído por um engenho explosivo.

Partilhe