O único “ranking” que interessa aos jornalistas é o do leitor

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) tomou conhecimento de um relatório denominado “Best PR agency to work for”, da Scopen, que inclui uma lista com os jornalistas que as agências de comunicação “mais gostam de trabalhar”.

Confrontado com este relatório, o SJ lamenta a publicação de uma lista deste género, que hierarquiza jornalistas, incluindo pela sua relação com fontes profissionais, o que o SJ não pode deixar de ver como preocupante – e causador de pressão – para o trabalho editorial. As agências são intermediárias no ecossistema mediático, são fontes profissionais, pagas pelos interessados, e é assim que, com todo o respeito, são olhadas pelos jornalistas.

O SJ não compactua com a publicação de listas que façam “rankings” entre jornalistas, muito menos de um que menciona a relação com agências de comunicação, que dá azo a interpretações que deixam os jornalistas desconfortáveis. Neste contexto, o SJ sublinha aquilo que está plasmado no ponto 11 do Código Deontológico do Jornalista: “O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios suscetíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional”. 

O SJ não aceita qualquer tipo de listagem que desemboque em alguma espécie de pressão. O SJ não aceita que uma lista coloque em causa a idoneidade dos jornalistas.

O SJ sabe que há jornalistas que surgem naquela lista, associados ao órgão de comunicação em que trabalham, que não foram informados da sua inclusão. O SJ foi já confrontado com mal-estar motivado por esta publicação e está solidário com os jornalistas que se sentem atacados por este ranking.

O único “ranking” que interessa aos jornalistas é o do leitor, o que coloca a informação no topo das prioridades. §

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