Na morte de Orlando Neves

O Sindicato dos Jornalistas tomou conhecimento com profundo pesar do falecimento, a 24 de Janeiro, do jornalista e escritor Orlando Neves.

Orlando Loureiro Neves nasceu em Portalegre a 11 de Setembro de 1935. Aos 22 anos licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, em cuja Associação Académica desenvolveu intensa actividade e a que chegou mesmo a presidir, no ano lectivo de 1957-1958. Nessa qualidade, participou nas contestações ao célebre decreto 40.900, o rastilho das revoltas estudantis que se seguiram. Foi também fundador e primeiro director da revista “Quadrante”, órgão da Associação Académica.

Dedicou-se depois à advocacia, mas cedo reconheceu que não era essa a sua vocação. Entrou para os quadros dos Emissores do Norte Reunidos, onde foi locutor, produtor e autor de programas radiofónicos de natureza geral e cultural. No mesmo período colaborou, com assiduidade, na delegação do Norte do Rádio Clube Português.

Interessado pelo Teatro, colaborou com o Grupo de Teatro Moderno dos Fenianos da cidade do Porto e integrou a direcção do Teatro Experimental do Porto (TEC), onde se estreou como encenador. Fundou e dirigiu o Boletim do TEP, que era na prática uma revista de teatro.

Em 1965 volta a Lisboa e entra para o “República”, onde coordena vários suplementos, mais deixa o jornal juntamente com cerca de uma dezena de jornalistas, em 1969, aquando das eleições para a Assembleia Nacional. Trabalha depois com várias editoras, como o Círculo de Leitores e a Portugália Editora.

Em Fevereiro de 1975 funda com outros escritores a Cooperativa Editorial Diabril para a qual leva José Gomes Ferreira, de quem publica várias reedições e novos títulos.

Regressa ao jornalismo como freelance, colaborando regularmente nos jornais “A Luta”, “Expresso” e “Diário de Notícias”.

A partir de 1992 dedicou-se exclusivamente à actividade de escritor, tendo deixado uma extensa obra publicada nas áreas de ficção, poesia, teatro e literatura infantil.

O funeral realiza-se a 26 de Janeiro, pelas 10 horas e 30 minutos, e sai da capela da Senhora da Hora (atrás da igreja nova da Senhora da Hora) para o cemitério da Senhora da Hora, em Matosinhos.

A Direcção do Sindicato dos Jornalistas apresenta as mais sentidas condolências aos familiares e amigos do camarada de trabalho agora falecido.

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