Na morte de Miguel Portas

O Sindicato dos Jornalistas tomou conhecimento com profundo pesar da morte do jornalista e político Miguel Portas, de 53 anos, ocorrida hoje em Antuérpia, Bélgica.

Nascido em Lisboa a 1 de Maio de 1958, Miguel de Sacadura Cabral Portas, ganhou protagonismo no plano político no final da década de 1990, mas antes distinguira-se também no jornalismo.

Licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa, em 1986, foi jornalista de profissão, tendo dirigido a revista “Contraste” (1986), trabalhado no semanário “Expresso” (1988) e sido editor da sua “Revista” (1992-94) e director do semanário “Já” (1995), entre outras colaborações.

Miguel Portas deixou ainda três livros publicados – “E o resto é paisagem” (2002), “No Labirinto” (2006), sobre o Líbano, e “Périplo” (2009), sobre o Mediterrâneo -, tendo também sido co-autor e apresentador de duas séries documentais para televisão (“Mar das Índias”, em 2000, e “Périplo”, 2004).

A sua intervenção na vida política começou em 1973, quando aderiu à União dos Estudantes Comunistas. Miguel Portas abandonou o PCP em 1989, foi cofundador da Plataforma de Esquerda, no mesmo ano, e em 1990 e 1991 foi assessor do então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Jorge Sampaio.

Em 1994 criou a Política XXI, uma das formações políticas que se encontram na origem da criação do Bloco de Esquerda, em 1999, partido do qual se tornou um dos principais rostos.

Em 2004, tornou-se o primeiro deputado a ser eleito pelo Bloco para o Parlamento Europeu, onde trabalhou em vários domínios, integrado no Grupo de Esquerda Unitária, ao qual o Bloco pertence, tendo na primeira legislatura sido autor de um relatório sobre a integração dos imigrantes na Europa, um tema que lhe era particularmente caro, e já na actual relator sobre o financiamento e funcionamento do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização.

O Sindicato dos Jornalistas apresenta sentidas condolências aos familiares, em particular à sua mãe, jornalista Helena Sacadura Cabral e amigos do camarada de profissão agora desaparecido.

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