Na morte de José Gomes Bandeira

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) tomou conhecimento com profundo pesar do falecimento do jornalista José Gomes Bandeira, de 69 anos, ocorrido a 28 de Dezembro no Hospital de São João, no Porto, na sequência de um acidente vascular cerebral.

Natural de Tondela, José Gomes Bandeira iniciou a sua carreira de jornalista em 1969, ao serviço de “O Comércio do Porto”, tendo trabalhado também no “Diário de Lisboa”, onde foi distinguido com o Prémio Bento de Jesus Caraça, em 1978. Viria mais tarde a integrar os quadros do “Jornal de Notícias”, a quem dedicou 17 anos da sua vida profissional, designadamente nas secções de Economia e Cultura, de que foi coordenador. É da autoria de José Gomes Bandeira a reportagem publicada pelo “Jornal de Notícias”, em 1995, denunciando os riscos de destruição das gravuras rupestres de Foz Côa, a ser concretizado o projecto de construção de uma barragem no local. O trabalho de José Gomes Bandeira deu origem à criação de um movimento de defesa das gravuras, o que levou à suspensão das obras e à criação de um parque natural naquela localidade.

A par do jornalismo – de que se reformou em 2002, apesar de continuar a assinar uma rubrica semanal sobre vinhos no “Jornal de Notícias” –, José Gomes Bandeira nutria uma verdadeira paixão pelo cinema, que o levou à direcção do Cineclube do Porto, antes do 25 de Abril, onde eram exibidos filmes censurados pelo regime fascista. Homem de cultura, deixou ainda uma obra dedicada à história do teatro municipal do Porto, intitulada “Rivoli 1913-1998”.

José Gomes Bandeira, desde sempre ligado ao Sindicato dos Jornalistas, integrou os corpos gerentes do SJ no biénio 1981/82.

O corpo do jornalista encontra-se na capela da igreja de Santo António das Antas, no Porto. O funeral realiza-se às 15.30 horas no mosteiro de Fráguas, em Tondela.

A Direcção do SJ apresenta as mais sentidas condolências aos familiares e amigos do camarada de profissão agora desaparecido.

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