Mudanças inesperadas na Voz da América

O Conselho de Governadores de Radiodifusão (BBG) da Voz da América (VOA) demitiu, a 1 de Julho, o director de informação Andre deNesnera, atribuindo-lhe um cargo de correspondente diplomático, revelou o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).

Esta reorganização da redacção foi feita sem aviso e deixou os trabalhadores da estação preocupados, uma vez que Andre deNesnera ocupava o cargo desde Março de 2000 e era conhecido pela sua independência, depois de, em Setembro de 2001, ter resistido à pressão do governo para que suprimisse uma entrevista feita ao líder afegão Mullah Mohammed Omar.

Tempos depois desse caso, em Junho de 2002, Andre deNesnera recebeu um “aviso construtivo” da American Foreign Service Association para que preservasse a integridade dos serviços noticiosos da VOA.

Ao comentar a mudança, Johann P. Fritz, director do IPI, mostrou-se preocupado com a possibilidade deste ser um passo no desmantelar da actual estrutura noticiosa da VOA e sublinhou que o sucedido funciona como ameaça para o novo director de informação e respectiva equipa.

Johann P. Fritz lamentou que possam estar a ser planeadas decisões contrárias à independência editorial e aos valores noticiosos, e afirmou que estas minarão a boa reputação dos serviços de radiodifusão do país, que levou décadas a ser construída mas que pode ruir em segundos.

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