Média omitiram ou menorizaram desmentido do “arrastão”

Os meios de comunicação social “omitiram ou menorizaram” o desmentido policial sobre o envolvimento de 500 jovens negros no alegado “arrastão” de 10 de Junho de 2005 na praia de Carcavelos, criticou a Alta Autoridade para a Comunicação Social (AACS).

Numa declaração aprovada a 23 de Novembro, os membros da AACS deliberaram por maioria que, começando na Agência Lusa e passando pela generalidade dos outros órgãos, houve uma “evidente falta de rigor informativo de isenção e de objectividade”, por não utilizarem “os meios e os processos devidos e ao seu alcance para uma procura da realidade dos factos”.

Tal postura levou a que se transmitisse, quer a nível nacional, quer a nível internacional, uma versão deturpada dos acontecimentos que contribuiu objectivamente para o reforço da exclusão social e passou para o estrangeiro uma imagem errada “do espirito de convivência interracial e de paz social que se vive em Portugal”.

A AACS elogiou a reposição da verdade que foi feita, em primeiro lugar, pelo jornal “A Capital” – a que se seguiram posições similares do “Expresso” e da “Visão” – e destacou ainda o trabalho da jornalista Diana Andringa, o contributo de numerosos comentadores e articulistas, as posições claras dos Provedores dos Leitores do “Diário de Noticias” e do “Jornal de Notícias”, bem como as iniciativas, nos seus respectivos programas, de Estrela Serrano e de Maria João Avilez.

Por outro lado, a AACS lamentou que “a generalidade dos meios de comunicação social tenha dado um tratamento claramente descriminatório ao desmentido pela Polícia das descrições iniciais, praticamente omitindo-o ou menorizando-o, em vez de, como seria desejável, terem vindo assumir publicamente o seu erro e a sua quota de responsabilidade”, criticando sobretudo a RTP pelas suas “especiais obrigações de serviço público”.

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