Jornalistas debatem “O que fazer com o Google?”

Aplaudir o aumento de tráfego para os sítios? Desenvolver parceiras próximas com o Google e os seus concorrentes? Lançar motores de busca próprios e portais noticiosos colectivos? Pressionar para mudar ou fazer cumprir leis de direitos de autor online? Processar ou encorajar processos anti-monopólio? O que devemos fazer com o Google?

Estas são algumas das perguntas que guiam o grande debate que vai ocorrer de 1 a 3 de Dezembro em Hyderabad, na Índia, no âmbito do 62.º Congresso Mundial de Jornais, uma iniciativa abrangente que já tem confirmadas intervenções de jornalistas e editores de todo o mundo, entre os quais o português Martim Avillez Figueiredo, director do diário “i”.

Quanto ao debate, contará com as presenças de David Drummond, vice-presidente do Google, que irá defender a perspectiva do gigante da Internet, e de Gavin O’Reilly, presidente da Associação Mundial de Jornais e Editores de Notícias (WAN-IFRA) e uma das primeiras personalidades da indústria dos média a apelidar publicamente o Google de “cleptomaníaco”, num discurso de 2006 sobre como os agregadores de notícias viviam às custas dos produtores de conteúdo noticioso.

Uma experiência positiva com o Google

Mas, apesar das muitas críticas, nem tudo o que surge do Google é negativo, como demonstra o caso de uma jornalista portuguesa que aproveitou as potencialidades do gigante da Internet para divulgar o seu trabalho ensaístico.

Afirmando que “é impossível e contraproducente” impedir a divulgação de obras literárias ou jornalísticas na Internet, a jornalista e escritora Sara Pina sublinha, porém, que esta divulgação “deve respeitar os direitos de autor” e foi nessa base que se envolveu com o Google Books para promover o seu livro “Media e Leis Penais”, publicado no início deste ano pela Almedina.

Tudo partiu de uma conversa com Cunha Rodrigues, autor do prefácio, que disse a Sara Pina que o livro “teria muito interesse para públicos estrangeiros, já que a influência dos média nas iniciativas legislativas na área criminal acontece em todas as democracias e o livro trata o tema abordando realidades de outros países e estudos internacionais”.

“Eu achei que ele tinha toda a razão. Como não tive, ainda, nenhuma oportunidade de contacto com uma editora estrangeira e tinha a tradução de algumas partes do livro, achei que a Internet seria um óptimo meio de divulgação e, quem sabe, de surgimento de hipótese de tradução do livro todo e publicação em inglês”, revelou a autora em entrevista ao sítio do Sindicato dos Jornalistas.

Motivada, Sara Pina contactou o Google e recebeu deste a informação de que, se o livro estava publicado por uma editora, devia ser a editora a contactá-los e a tratar do processo, algo a que a Almedina acedeu. Para aceder aos excertos de “Media e Leis Penais” no Google Books deve seguir o link abaixo.

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