Jornalista assassinada na Bulgária

Victoria Marinova tinha 30 anos, trabalhava para a TVN na cidade de Ruse e é a quarta vítima mortal entre jornalistas em países da União Europeia desde o ano passado. FEJ e FIJ exigem uma investigação rigorosa que encontre, detenha e condene os responsáveis pelo crime.

Kim Wall (Dinamarca, em agosto de 2017), Daphne Caruana Galizia (Malta, em outubro do ano passado), Jan Kuciak (Eslováquia, no passado mês de fevereiro) e, no sábado passado, Victoria Marinova (Bulgária): estes são os nomes dos quatro jornalistas que foram assassinados em países da UNião Europeia num curto intervalo de tempo. Marinova, de 30 anos, trabalhava para a televisão TVN na cidade búlgara de Ruse e o seu corpo, com sinais de violação, espancamento e estrangulamento foi encontrado sem vida num locao de difícil acesso, perto do rio Danúbio, no último sábado.

A jornalista tinha funções de direção administrativa e apresentava um ‘talk show’ noticioso, tendo entrevistado, na última edição, dois jornalistas de investigação: o compatriota Dimitar Stoyanov, e o romeno Attila Biro, que desenvolvem uma análise a casos de possível fraude com fundos europeus envolvendo empresários e políticos búlgaros. No mês passado, ambos foram detidos pela polícia búlgara quando procuravam dados sobre o tema.

As Federações Europeia e Internacional de Jornalistas (FEJ e FIJ) condenaram o brutal assassínio e exigiram uma investigação rigorosa que encontre, detenha e condene os responsáveis pelo hediondo crime. Ricardo Gutiérrez, secretário-geral da FEJ, referiu: “Este é o quarto assassínio brutal de jornalistas num estado-membro da União Europeia desde 2017. Os criminosos e quem lhes paga pretendem intimidar a profissão. Apelamos aos governos europeus no sentido de que apoiem a nossa proposta para uma convenção internacional sobre a segurança e a independência do jornalismo e que apliquem as recomendações do Conselho da Europa acerca da proteção e segurança do jornalismo”.

Quanto a Anthony Bellanger, secretário-geral da FIJ, defendeu: “Mais um jornalista que seguia casos de corrupção foi assassinado. O jornalismo de investigação na Europa está cada vez mais ameaçado. É tempo de os estados agirem e não pode haver impunidade para quem matou”.

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