Itália pode ficar uma semana sem imprensa

A Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI) decidiu por unanimidade propor aos jornalistas da imprensa, das agências notícias e da Internet uma semana consecutiva de greve ainda antes do Natal e sem qualquer pré-aviso.

A decisão definitiva sobre esta “duríssima acção de luta”, a primeira do género na história do sindicato de jornalistas italianos, será tomada no decurso de uma grande assembleia nacional que se realizará em Roma na primeira quinzena de Novembro e para a qual foram convidados todos os organismos das associações regionais de imprensa e diversas outras entidades, entre as quais o Conselho Nacional da Ordem dos Jornalistas.

De acordo com a proposta da FNSI, os jornalistas do sector audiovisual – que estiveram em greve a 24 e 25 de Outubro – poderão juntar-se à paralisação nos primeiros dois dias da greve e cumprir as restantes jornadas nas modalidades e tempos previstos na lei vigente para o serviço público de rádio e televisão.

Com esta acção de protesto – que poderá ser acompanhada de outras medidas de luta a decidir numa reunião convocada para 31 de Outubro – os jornalistas italianos pretendem forçar a Federação Italiana de Editores de Jornais (FIEG) a negociar seriamente todos os temas pendentes com os jornalistas, nomeadamente o contrato colectivo de trabalho, caducado há mais de ano e meio.

Um grupo de trabalho da FNSI irá ainda discutir a organização de uma manifestação nacional dos jornalistas em Roma, financiada pelo fundo de solidariedade e resistência da classe.

Embora lamente os efeitos que esta iniciativa poderá ter para os cidadãos italianos que buscam informação, a organização sindical considera que, dadas as circunstâncias, “o caminho do protesto é o único que pode levar à retoma do diálogo”.

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