Investigação judicial a três jornalistas franceses

As autoridades francesas abriram uma investigação judicial formal a três jornalistas do diário “Midi libre”, por suspeitas de “violação da confidencialidade profissional”, o equivalente em Portugal à violação do segredo de justiça.

Este processo decorre de uma queixa apresentada por Jacques Blanc, ex-presidente do Conselho Regional de Languedoc-Roussillon, que não gostou que o “Midi Libre” publicasse, nas suas edições de 25 e 26 de Outubro de 2005, um relatório preliminar relativo a uma auditoria oficial às finanças da região no tempo em que ele a governou.

Em Julho último, este caso já havia provocado uma rusga à redacção do jornal e à cópia dos conteúdos dos discos rígidos dos computadores, numa tentativa de descobrir como é que os jornalistas tinham obtido o referido relatório preliminar.

“Estamos muito preocupados com o número crescente de jornalistas processados em França e noutros pontos da Europa por acusações de apoiarem a violação da confidencialidade profissional ou a confidencialidade de uma investigação judicial”, afirma a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), acrescentando que este tipo de pressão sobre os jornalistas visa levá-los a revelar as fontes e limitar o campo de acção dos média.

Segundo o editor do “Midi Libre”, Philippe Palat, os seus jornalistas estão a ser perseguidos pelas autoridades judiciais com o claro objectivo de os forçar a revelar as fontes, “algo que eles nunca vão fazer”, garante.

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