Guiné-Bissau: Jornalistas não podem ser danos colaterais de questão política

Presidente do Sindicato dos Jornalistas analisa decisão do governo guineense sobre suspensão das atividades da RTP, da RDP e da Agência Lusa no país a partir da 1h00 em Portugal Continental.

A presidente da Direção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) frisou hoje, a propósito da decisão do governo guineense de suspender as atividades de órgãos de comunicação social portugueses na Guiné-Bissau, que “os jornalistas não podem ser danos colaterais de uma questão política”.

Foi hoje conhecida a decisão do governo guineense, anunciada pelo ministro da Comunicação Social, Vítor Pereira, de suspender as atividades da RTP, RDP e Agência Lusa, invocando “a caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social” entre Guiné-Bissau e Portugal.

A Direção do SJ considera que, a consumar-se, tal prática é um ataque à liberdade de informação e assinala que, ao pretender atingir o Estado português, o governo guineense acabou por afetar a atividade de órgãos de comunicação que, sendo maioritariamente detidos pelo Estado, são independentes no exercício das suas funções.

A presidente do SJ já conversou quer com jornalistas que trabalham no terreno para os órgãos de comunicação em causa, quer com António Nhaga, líder da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, confirmando que não foi exercida nenhuma represália sobre estes profissionais, portugueses ou guineenses.

Manifestando a solidariedade do SJ, Sofia Branco pediu à Ordem guineense que faculte informações sobre a evolução da situação e que solicite esclarecimentos ao ministro da Comunicação Social guineense, tendo já enviado ao responsável governamental uma missiva em que pede informações sobre a situação.

Na conferência de imprensa em que anunciou a decisão, o responsável ministerial afirmou que esta entrará em vigor à 1h00 de sábado (hora de Portugal Continental).

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