Greve no “Corriere della Sera”

A greve dos jornalistas do diário italiano “Corriere della Sera”, a 21 de Maio, fez com que a edição de domingo do jornal não saísse para as bancas e o sítio Internet do título não tivesse sido actualizado durante o dia de sábado.

Decidida durante a tarde de sexta-feira, a paralisação foi convocada com efeitos imediatos para sábado, mas esteve em risco de ser suspensa quando se soube da detenção de Francesco Battistini em Havana.

Porém, assim que se confirmou que o jornalista estava já a caminho de Itália, após ser expulso de Cuba, a redacção retomou as intenções de cumprir a 21 de Maio o primeiro de cinco dias de greve, com vista a defender um “Corriere della Sera” independente e feito a pensar nos leitores.

Os jornalistas contestam a falta de transparência das acções comerciais do administrador Stefano Ricucci e exigem que a empresa aposte mais na qualidade jornalística do que em marketing.

Segundo Paolo Serventi Longhi, secretário-geral da FNSI, o problema de se relegar o produto jornalístico para um segundo plano não é exclusivo deste diário, antes “é um problema que nos últimos tempos tem vindo a atravessar todo o sector, desde a Rai ao grupo Espresso, do Gazzettino aos jornais locais”.

Por esse motivo, e porque “os jornalistas se recusam a ser meros executores de planos editoriais e reorganizações contraditórias”, Paolo Serventi Longhi não exclui a possibilidade de uma greve geral de jornalistas, caso a reunião de 23 de Maio com a Federação Italiana de Editores de Jornais (Fieg) não coloque o jornalismo, a qualidade da informação e a contratação à frente do marketing e das operações financeiras.

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