FIJ exige investigação independente ao assassínio de Daphne Caruana Galizia

Organização saúda as acusações já feitas contra três suspeitos do crime, mas sublinha a necessidade de um “processo de investigação que seja imparcial em função das provas existentes”.

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) exigiu uma investigação independente ao assassínio da jornalista maltesa Daphne Caruana Galizia, morta a 16 de outubro na sequência de um atentado bombista que fez explodir o seu carro.

Embora saúde o facto de terem já sido deduzidas acusações contra três suspeitos do crime, a FIJ salienta a necessidade de um “processo de investigação imparcial em função das provas existentes”. A FIJ conta que, “após a detenção de pelo menos 10 suspeitos no início deste mês, os irmãos George e Alfred Degiorgio, mas também Vincent Muscat, foram acusados do uso criminoso de explosivos, de envolvimento em crime e conspiração para cometer crime durante uma audiência realizada a 5 de dezembro”.

Referindo que o processo de investigação tem recebido o apoio de FBI, Europol e do National Investigations Bureau da Finlândia, a FIJ indica ainda que “não foram indicados pormenores acerca do modo como podiam estar relacionados com o crime ou as provas encontradas os três acusados”.

Entretanto, de acordo com a FIJ, a família de Daphne Caruana Galizia processou a polícia maltesa, alegando que a investigação não tem sido imparcial, devido às ligações entre um dos principais investigadores e um dos ministros do governo maltês, ambos visados no blogue que a jornalista escrevia. Além disso, os familiares acusam a investigação de se “concentrar apenas em aspetos de caráter forense, deixando de lado a avaliação de transações financeiras que poderiam revelar provas vitais”. São ainda sugeridas fugas de informação policiais que podem intimidar potenciais informadores.

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