FIJ e FEJ contestam condenação de jornalista a três anos e meio de cadeia

Alexander Sokolov foi considerado culpado de “envolvimento com um grupo extremista”, cuja atividade está proibida. Organizações internacionais de jornalistas dizem que se trata de uma forma de intimidar o visado e os seus companheiros de trabalho, exigindo a imediata libertação do detido.

“Trata-se de um flagrante ataque das autoridades russas à transparência e à verdade na Rússia”, consideram Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) e Federação Europeia de Jornalistas (FEJ) sobre a condenação de Alexander Sokolov, jornalista de investigação, a três anos e meio de prisão. FIJ e FEJ exigem a imediata libertação do detido que foi considerado culpado pelo tribunal de “envolvimento com um grupo extremista”, cuja atividade está proibida pelas autoridades russas.

De acordo com a FIJ, Sokolov insiste estar inocente, referindo que a pena de que foi alvo é uma retaliação por causa do relatório que publicou há duas semanas. Nesse documento, o jornalista referia-se a alegadas ações de desvio de dinheiros públicos, destinados ao projeto do Vostochny Cosmodrome, por parte do governo, no valor de 93 mil milhões de rublos.

A FIJ indica que a acusação alegou que Sokolov estava envolvido num grupo designado “Por um Governo Responsável”, a qual tem defendido um referendo para obrigar o governo a mostrar mais transparência e responsabilidade. Conta o grupo de media de investigação RBK – entretanto adquirido pelo proprietário de um jornal pró-Kremlin – que o jornalista teria criado e gerido o site do referido grupo.

Para a acusação, o grupo “Por um Governo Responsável” não passa de uma fachada de um outro agrupamento de extrema-esquerda chamado o Exército da Vontade do Povo que, defendendo a queda do governo por ações violentas, foi proibido de exercer qualquer atividade a partir de 2010.

Alexander Sokolov já estava em prisão preventiva há mais de dois anos e perto de três centenas de jornalistas assinaram uma carta de solidariedade e apoio. Antes desta detenção, o jornalista realizara diversos trabalhos em que revelava casos de corrupção e apropriação indevida de fundos em empresas estatais.

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