FIJ critica Trump por apelo a violência contra jornalistas

Vídeo de 28 segundos que o presidente norte-americano manipulou e divulgou através do Twitter é considerado uma manifestação anti-liberdade de imprensa.

A Federação internacional de Jornalistas (FIJ) juntou-se às críticas a Donald Trump, depois de este ter divulgado um tweet considerado violento contra a CNN. “Este comportamento violento e de bullying afeta a imagem da presidência dos Estados Unidos. Lembramos Trump que a liberdade de imprensa é uma das questões-chave da 1ª Emenda da Constituição e que é seu dever, como presidente, respeitá-la e reforçá-la”, refere Philippe Leruth, líder da FIJ.

Em causa estão 28 segundos em que, através de manipulação, se vê o presidente norte-americano, Donald Trump, a esmurrar uma pessoa com o logótipo da CNN no rosto e foi divulgado ontem de manhã. Trata-se de algo que está a causar reações negativas nos Estados Unidos por se considerar que se trata de um apelo à violência contra os jornalistas. O original foi gravado em 2007, durante uma transmissão do World Wrestling Entertainment.

Na gravação referida, Trump utilizou a hashtag #FraudNewsCNN e #FNN, repetindo as acusações de “fake news” contra o canal televisivo.

Vários grupos de media e diversos políticos da área republicana, como Jeb Bush, que considerou o tweet “inapropriado, indigno e não presidencial”, vieram criticar publicamente esta situação, enquanto Carl Bernstein, analista político da CNN e um dos célebres jornalistas do caso Watergate, considerou: “Isto não é apenas anti-CNN – é anti-liberdade de imprensa.” Para Ana Navarro, comentadora na CNN e na ABC, não hesitou: “Ele ainda vai fazer com que alguém dos media seja morto.”

Do lado da CNN, via comunicado, foi afirmado: “É um dia triste quando o presidente dos EUA encoraja à violência contra repórteres”, acrescentando-se: “Vamos continuar a fazer o nosso trabalho. Ele devia começar a fazer o seu.”

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