FIJ critica bloqueio no acesso de media ao congresso do Partido Comunista da China

Situação foi noticiada pela BBC e verificou-se antes da conferência de imprensa de divulgação da constituição da nova liderança do Comité Permanente do Politburo. Meios de comunicação baseados em Hong Kong e parte da imprensa internacional foram atingidos.

A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) teceu fortes críticas ao Partido Comunista Chinês pelo bloqueio que aplicou a diversos media durante o seu 19º congresso, designadamente no acesso à conferência de imprensa para divulgação da constituição da nova liderança do partido.

Assim, “a FIJ insta a nova liderança do Comité Permanente do Politburo chinês a respeitar as declarações produzidas pelo presidente, Xi Jinping, no sentido de que todos os membros do partido e do governo respeitem e apoiem os media locais e estrangeiros no exercício das suas missões”.

A FIJ cita notícias da BBC, referindo que jornalistas baseados em Hong Kong, mas também representantes de New York Times, The Economist, Financial Times, The Guardian e Libération Monde foram impedidos de marcar presença na referida conferência de imprensa.

De acordo com a entidade, antes da realização do congresso, o centro de imprensa divulgou novas medidas de apoio “ao exercício de funções por parte dos media”, entre as quais se destacava a necessidade de os jornalistas serem convidados para aceder às conferências de imprensa.

Mais tarde, a FIJ foi informada de que “numerosos jornalistas veteranos enfrentaram problemas para acompanhar o congresso, vendo os seus direitos perturbados pelos novos procedimentos”. Pelo menos cinco jornalistas com base em Hong Kong viram negados os seus pedidos de cobertura do evento “sem qualquer razão para o efeito”. Na altura, a FIJ dirigira uma carta aberta ao Partido Comunista Chinês com o intuito de que fossem resolvidas questões como estas.

O Clube da Imprensa Estrangeira na China manifestou preocupação face a esta situação, assinalando que “usar o acesso dos media como ferramenta para castigar jornalistas cuja cobertura as autoridades chinesas desaprovam é uma grosseira violação aos princípios da liberdade de imprensa”.

Partilhe