FIJ condena ataques do governo à liberdade de imprensa no Cambodja

Executivo desencadeou várias ações de intimidação entre órgãos de comunicação no país.

A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) “condena os ataques que o governo do Cambodja tem desenvolvido contra a liberdade de imprensa” no país durante as últimas semanas.

“A FIJ exige que o governo respeite o importante desempenho dos media na promoção da democracia. Os ataques desferidos pelo governo contra a liberdade e independência da imprensa no Cambodja são uma razão muito séria de preocupação. O Executivo está a visar empresas independentes de media, procurando incomodar e intimidar os seus profissionais e criar uma cultura de medo. Os media desempenham um papel vital para a democracia e o Cambodja não é exceção. A caminho das eleições no próximo ano, os media representam uma atividade fundamental para que a população se mantenha informada”, afirma-se num comunicado da Federação Internacional dos Jornalistas.

A FIJ exemplifica aquela situação com dois casos registados este mês: uma carta endereçada ao Cambodja Daily, no passado dia 25, em que os responsáveis governamentais reclamam, até dia 4 de setembro, “o pagamento de 6,4 milhões de dólares, incluindo 2,4 milhões em impostos que estarão em atraso, um milhão em taxas adicionais e os restantes três milhões em juros” – a eventual ausência de resposta “será entendida como aceitação do pagamento”; antes, a 5 de agosto, os programas radiofónicos da Voice of Democracy, dirigida pelo Centre for Independent Media (CCIM), foram retirados do ar sem qualquer explicação. Mais recentemente, 19 estações de rádio viram as suas emissões interrompidas, alegando o governo que estavam a violar os seus contratos com o Estado.

As eleições gerais no Cambodja estão agendadas para julho do próximo ano.

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